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A. Neves chama vereadores da oposição de “arruaceiros” e decide retirar-lhes todos os pelouros e poderes delegados

O presidente Augusto Neves decidiu retirar todos os pelouros e os poderes delegados aos cinco vereadores da UCID e do PAICV pelo facto de terem mandado “desobstruir”, esta manhã, a chamada rua pedonal dos canteiros-separadores construídos pela Câmara de S. Vicente. Para o autarca, os vereadores da oposição praticaram um “acto terrorista” e agiram que nem “arruaceiros” ao destruírem os sinais de trânsito colocados pela autarquia e chegarem ao ponto de enganar a própria Polícia Nacional para levarem essa ação a cabo.

Segundo Neves, perdeu a total confiança neles e já não há as mínimas condições para trabalharem juntos. Relembra que os poderes são do presidente da autarquia, que os delega. Deste modo, adianta, vai retirar a esses vereadores todos os pelouros.

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Neves garantiu que vai levar essa decisão à prática dentro de dias e que o projecto da pedonal vai ser realidade pelas vantagens que irá trazer à cidade do Mindelo. Deixou claro que o mesmo foi apresentado e discutido durante o Fórum Soncent 2035, realizado em janeiro deste ano. “Se esses vereadores tivessem ido para o fórum para discutirem os projectos de desenvolvimento de S. Vicente certamente que teriam conhecimento do mesmo. Mas, em vez disso, estavam com stands vendendo vinho e em outros negócios”, afirma o presidente da CMSV.

A conduta dos vereadores da oposição, na perspectiva do edil, foi muito grave. É que, além de terem destruído património municipal – quando decidiram serrar sinais de trânsito – chegaram ao ponto de enganar a Polícia Nacional. Esse acto, acrescenta, acaba também por minar a imagem institucional da CMSV e lançar a ideia de desorganização, ainda mais numa ilha pacata que tem estado nos últimos tempos a trabalhar para receber mais turistas. E esse projecto, deixa perceber, vai permitir a realização de eventos culturais, venda de artesanato, além do convívio social e a dinamização da economia.

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Durante a conferência de imprensa, convocada para reagir ao acto praticado pelos referidos vereadores, Augusto Neves deixou perceber que foram os próprios comerciantes da rua Sena Barcelos que tomaram a iniciativa de colocar os separadores, naquela de irem “adiantando o trabalho”. Só que, ao fazerem isso, passaram a mensagem de que o projecto resumia-se a metade da rua, quando, segundo Neves, abrange todo o quarteirão, incluindo a zona do parque infantil.

Questionado sobre o impacto do encerramento dessa transversal, que liga o centro da cidade à Avenida Marginal, Augusto Neves diz que se trata de uma pequena rua, que nem tem tanto trânsito. “Ficaria preocupado se a pedonal fosse na Rua de Lisboa, mas estamos a falar de uma pequena rua e há saídas paralelas que podem usadas”, comenta o autarca, acrescentando que essa obra não vai criar nenhum bloqueio aos desfiles de Carnaval.

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Neves lembra que, quando o projecto foi lançado, acolheu boa crítica e diz esperar para ver como as pessoas vão reagir quando a obra estiver concluída.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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