Entrou hoje em funcionamento um centro de saúde militar construído de raiz no Morro Branco, em S. Vicente, orçado em 18 mil contos e financiado pelo Estado de Cabo Verde. A unidade foi inaugurada esta manhã pelo Chefe de Estado Maior das Forças Armadas e a ministra da Defesa Nacional, vai servir tanto os militares como os civis que prestam serviço à instituição castrense e ainda à comunidade vizinha do Lazareto.
No entanto, o principal objectivo é proporcionar condições sanitárias primárias de atendimento aos cerca de 900 soldados que todas as incorporações passam pelo Centro de Instrução Militar do Morro Branco e ainda ao pessoal que frequenta cursos ministrados nesse espaço. O atendimento no centro de saúde militar, como referiu o Chefe de Estado Maior, possui dependência funcional e técnica da direção do Serviço de Saúde das FA, que dirige, orienta e controla a sua actuação.
“Neste sentido, procurou-se dotar o centro de equipamentos sanitários essenciais à prestação de assistência e cuidados de saúde integral e diferenciado de nível primário, atendendo em especial os cerca de 900 recrutas que por aqui passam para receberem a instrução militar”, referiu o Contra-Almirante António Duarte Monteiro. Acentuou ainda que o centro vai fazer uma apropriação adequada dos conteúdos das novas tabelas de perfis psicofísicos e de inaptidão para o ingresso de recrutas nas Forças Armadas.
Para reforçar a capacidade de intervenção do referido centro, as Forças Armadas estão a envidar esforços, conforme o CEMFA, para adquirir uma ambulância, tendo em conta os desafios inerentes ao funcionamento do Morro Branco e devido a grande distância que fica das unidades hospitalares situadas na Cidade do Mindelo. Em paralelo, as FA vão rubricar acordos de colaboração com o Hospital Baptista de Sousa, a Delegacia de Saúde de S. Vicente e entidades privadas.
Para a ministra da Defesa, a saúde é a condição primária para a existência das Forças Armadas e a consequente prestação do serviço militar obrigatório. Com base nesses princípios, diz Janine Lélis, o Ministério da Defesa Nacional está a materializar um conjunto de medidas que visam melhorar as condições de acesso aos cuidados de saúde no momento da entrada no centro de instrução do Morro Branco e durante a permanência dos soldados nas fileiras das Forças Armadas. Enfatiza que o centro – que passa a prestar cuidados básicos, de enfermagem e consulta clínica geral – é ainda a concretização de um compromisso ao nível da saúde militar para a adopção da perspectiva de gênero nas questões da defesa, conforme resolução sobre mulheres, paz e segurança.
Por outras palavras, as Forças Armadas estão a introduzir uma ala para as mulheres que prestam serviço castrense, o que representa, conforme a ministra, resposta a um compromisso internacional e que vai facilitar a permanência de mulheres no serviço militar.
Construído numa área total de 283 m2, o centro de saúde militar comporta uma sala de espera, uma sala de triagem, zona de macas e cadeiras de roda, dois consultórios médicos, uma enfermaria, áreas de internamento masculino e feminino, duas arrecadações, duas casas-de-banho, cozinha e refeitório. A obra física custou 15 mil contos e os equipamentos em torno de 3 milhões de escudos.
A terceira região militar, sita em Santiago, vai também receber uma unidade similar, com as devidas adaptações. O financiamento já está assegurado, segundo o CEMFA, e as obras devem arrancar na primeira quinzena de abril.