Uma equipa composta por 4 técnicos e um colaborador da OMCV está no terreno desde o início de fevereiro a fazer a instalação de kits de iluminação à energia solar em residências contempladas no projecto “Luz para as meninas” na ilha de S. Vicente. Até ao momento, mais de 70 residências sitas nas zonas Ribeirinha 1 e 2, Portelinha, Ribeira d’Craquinha e Pedra Rolada já foram equipadas e nos próximos dias os técnicos vão concluir o processo em Vila Nova e Lombo Tanque.
Este ritmo está a agradar a delegada da Organização das Mulheres Cabo-verdianas, que perspectiva melhorias significativas na vida dos agregados. “Além da poupança financeira em compras de velas e petróleo, passam a viver em melhores condições de segurança e de saúde, uma vez que a inalação dos fumos é prejudicial”, comenta Fátima Balbina.
Até 31 de março, informa, serão instalados 150 kits financiados pelo PNUD – Agência das Nações Unidas, que se associou ao projecto. Além desta organização, a iniciativa conta com o envolvimento da Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que assumiu os custos de 210 equipamentos, e ainda do Programa das Pequenas Subvenções, que selecionou o projecto da OMCV-SV com o financiamento de mais 170 unidades. No total são 530 kits destinados a igual número de moradias sociais, onde residem meninas e rapazes estudantes, mas que irão abranger mais de mil pessoas pertencentes a essas famílias.
“Este é um projecto que nos dá muita satisfação. Vemos a alegria no rosto das crianças quando acendem a luz em casa”, frisa Fátima Balbina. No entanto, esta gestora tem sido abordada por famílias cujas casas ficaram no meio de outras contempladas. No fundo são agregados cujos perfis não se enquadram no projecto, que foi desenhado para contemplar famílias com crianças em idade escolar. Mesmo assim, a OMCV-SV pretende ver como ajudar esses lares, segundo a delegada.
“Estas pessoas não têm filhos estudantes e são em maior número. Para nós é doloroso ver esta situação e vamos ver o que podemos fazer. Longe de nós tentar discriminar seja quem for, por isso essas famílias ficam inscritas e veremos como podem ser ajudadas”, comenta Fátima Balbina.
Orçado em mais de 6 mil contos, o projecto é assumido em mais de 20 por cento pela própria OMCV, nos quesitos levantamento das familias e transporte dos assistentes sociais. No entanto, tem sido difícil para a organização custear a deslocação diária da equipa técnica às localidades por autocarro ou táxi, pelo que Fátima Balbina apela a ajuda de parceiros. Além disso, solicita o envolvimento de jovens na instalação dos kits para acelerar o ritmo do processo.
Conforme a cronologia, até 31 de março termina a parte financiada pelo PNUD (150 kits) e arrancam de seguida as fases patrocinadas pela Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (210 kits) e do Programa das Pequenas Subvenções (170).
Para A. Neves, pai de uma menina de 15 anos, passar a dispor de energia em casa foi uma bênção. Segundo este beneficiário residente em Portelinha, tem usado o kit com prudência, nos momentos estritamente necessários.
A mesma apreciação tem N. Tavares, residente em Ribeirinha 1, que tem três menores em casa. Graças ao projecto registou uma mudança positiva dentro da sua residência, pelo que agradece a OMCV pelo gesto.
O projecto teve início no ano passado, com o financiamento de 50 kits a nível experimental pela Igreja Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Segundo Fátima Balbina, após uma visita aos beneficiários, a referida instituição religiosa propôs a continuidade da iniciativa e assumiu financiar mais 210 equipamentos. Na sequência, o PNUD mostrou interesse em se associar ao projecto, por beneficiar mulheres estudantes e recorrer ao uso de energia limpa. Nesta segunda fase, o projecto inclui kits mais potentes e com mais fontes de iluminação.