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Empatadas, as quatro rainhas de bateria “devolvem” prémio em protesto ainda no palco: “Apenas uma podia ganhar!”

O Carnaval ficou este ano marcado pela inédita decisão do júri de anunciar o empate entre, nada menos, as quatro candidatas a Rainha de Bateria, mas também pela resposta de Leidy, Milla, Brodjinha e Wendy que recusaram o cheque ainda em cima do palco. As dançarinas do Flores do Mindelo, Estrela do Mar, Cruzeiros do Norte e Montsu decidiram “devolver” o cheque à procedência, depositando-o no piso do palco, uma atitude fortemente aplaudida pelo público. Alegam que estavam a competir e apenas uma podia ser vencedora. “Não está em causa o prémio monetário!”

A forma como foi anunciada a premiação conjunta das quatro rainhas de bateria confundiu o público e as próprias concorrentes, que não entendiam o que estava a passar. Foi algo inesperado e impactou pela negativa as quatro beldades, que só perceberam que, a final este ano não haveria uma vencedora, mas sim quatro, quando receberam o cheque para ser dividido entre o grupo. Saíram do palco revoltadas e a chorar.

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Isto é algo que não entra na cabeça de ninguém. É injusto. Tinham de ter definido uma vencedora e dispor de critérios de desempate. Não pode ser”, afirmava Milla Diogo, uma das mais inconformadas e que recusava categoricamente aceitar o prémio. 

Igual entendimento tem “Brodjinha” Gomes, para quem é inacreditável a justificação sobre ausência de critério de desempate. “Não pode haver quatro vencedoras. Não cabe na minha cabeça. Estamos em um concurso e tem de ter uma vencedora. É uma forma de estimulo para continuarmos a trabalhar”, considera a figura de destaque.

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Para esta rainha de bateria do grupo Cruzeiros do Norte, que já ostentou o título em anos anteriores, é estranho não coroar uma campeã no Carnaval. “Desde sempre que se elege a rainha de bateria no Carnaval de São Vicente. É algo natural para nós. Pode não ser eu a ganhar, mas prefiro que seja assim porque fico mais consciente. Sei que ela lutou e conseguiu conquistar algo que eu também almejava. Desta forma, sinto que o júri não teve poder de escolha e nem força para dizer que apenas uma venceu.  

Na mesma linha segue Leidy Silveira, dançarina do grupo Flores do Mindelo, para quem todas as rainhas de bateria sabiam que estavam a competir e apenas uma podia ganhar a coroa. “Todas estávamos a disputar um titulo por isso não entendo porque vêm nos dizer agora que vencemos em conjunto. Aceito que todas somos vencedoras porque desfilamos e estivemos bem. Todas demos o nosso contributo para o carnaval de São Vicente, mas, se há uma premiação e um titulo, deve ser atribuída.”  

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Revoltada, Wendy Simone, a atual detentora do título de rainha de bateria, optou por não falar com a imprensa, preferindo juntar-se aos colegas, que a acolheram com abraços de conforto. 

Resta agora aguardar o impacto que este caso inédito vai provocar no Carnaval do Mindelo, mais precisamente no quesito Rainha de Bateria, um dos títulos mais competitivos e cobiçados.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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