O ministro Paulo Rocha considerou inconcebível os recentes assassinatos ocorridos em S. Vicente, na zona de Chã d’Cemitério, e em Eugénio Lima, em Santiago, e estimulou a Polícia Judiciária, a partir do Parlamento, a esclarecer estas duas graves ocorrências o quanto antes. O responsável da pasta da Administração Interna fazia referência ao atentado que vitimou mortalmente Ismael Neves – e provocou mais dois feridos -, e ao caso do comerciante Branco, 50 anos, que foi atingido por vários disparos no bairro Eugénio Lima, na ilha de Santiago. Paulo Rocha deixou claro que gostaria de ver esses homicídios devidamente esclarecidos pela PJ.
A reação do governante foi suscitada por uma intervenção da UCID no Parlamento sobre a quantidade de armas actualmente a circular nas ruas do país. A este propósito, o ministro clarificou que a principal preocupação tem a ver com a entrada de munições em Cabo Verde, prática esta que, diz, tem merecido um forte combate das autoridades policiais.
Segundo Rocha, o Governo tem feito investimentos para aumentar a capacidade de fiscalização de mercadorias nos portos, que levaram à apreensão de 8.188 munições em 2022, número que baixou, entretanto, para 2.968 em 2023. Este abrandamento, esclarece o governante, tem a ver com a diminuição da entrada de balas no país em grande escala.
Paulo Rocha enfatizou que há fabrico artesanal de armas de fogo, as chamadas “boca bedju”, mas que ainda não é possível fazer munições, daí haver um foco muito particular sobre a entrada das mesmas no país através dos portos. Realçou, entretanto, que foram apreendidas 645 armas de fogo no ano passado e várias armas brancas. Na sua percepção, não há prática mais danosa do que a que ocorre agora com a importação dissimulada de munições.