O Ministério do Mar partilhou esta manhã na Cidade do Mindelo a estratégia nacional para o sector do mar e o respectivo plano de ação, um documento único que incorpora as intervenções a serem feitas no quadro da economia azul nos próximos 10 anos. O trabalho desenvolvido pela empresa internacional Mundi Consulting prevê um investimento de 500 milhões de euros numa década, identifica 10 áreas prioritárias, 23 objectivos estratégicos e aponta 46 ações a serem implementadas durante esse período.
Para a pesca, exemplifica Anísio Évora, estão previstas ações no domínio da investigação oceanográfica, que incluem campanhas de prospeção de novos recursos de profundidade. Para a aquacultura, prossegue o Director Nacional das Políticas do Mar, a perspectiva é que sejam atraídos cinco novos projectos para Cabo Verde em 10 anos. Anísio Évora aponta ainda que a pesca industrial deverá ser reforçada, assim como os transportes marítimos inter-ilhas e internacionais, com a aquisição de uma frota nacional.
O processo de elaboração do documento começou em maio deste ano e o pretendido é que tenha o contributo de outras instituições e ministérios e seja assumido como um instrumento suprapartidário. O mesmo, segundo o ministro Abraão Vicente, será sujeito ao crivo do Conselho de Ministros para aprovação, submetido aos parlamentares e ainda apresentado ao Presidente da República.
“O documento acaba por incluir os documentos estratégicos produzidos pelos vários ministérios que estavam ligados à gestão do sector marítimo e inclui áreas prioritárias como a pesca, aquacultura, transportes marítimos, serviços marítimos e portuários, a investigação científica, a dessalinização, mas também as energias renováveis e a transformação digital”, elenca o ministro do Mar.
Com a apresentação realizada esta manhã na Câmara do Comércio de Barlavento, o governante espera que seja criada uma visão conjunta para o futuro da economia azul em Cabo Verde em 10 anos. A expectativa, assume, é que seja alcançada uma previsibilidade sobre o sector. Fez questão de frisar que o programa não é pensado na lógica da governação do partido que sustenta o poder. Trata-se, nas suas palavras, de um documento fundamental para o país, criado por uma empresa fora da área de governação e das disputas político-partidárias.