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ACVM arredada e sem informações sobre o projecto de reabilitação da Matiota 

A Associação Cívica para Valorização da Matiota (ACVM) diz foi arredada do processo e não tem nenhuma informação sobre o projecto de reabilitação desta praia, volvidos dois anos da realização de um concurso de ideia para o espaço e posterior anulação do mesmo devido a um empasse com a Enapor, enquanto financiadora do empreendimento. A informação foi avançada hoje em conferência de imprensa por Marco Cruz, que alegou sentir necessidade de dar alguma satisfação à sociedade civil sobre este processo, tendo em conta o seu envolvimento desde a primeira hora. 

O representante da ACVM lembra que a iniciativa de limpar e melhorar o acesso a Matiota, uma praia de referência no passado e que ainda é muito frequentada, partiu de um grupo de cidadãos. De imediato, houve um grande envolvimento de pessoas, desde crianças aos mais velhos, a carregar baldes de areia e a tentar limpar o espaço e melhorar o acesso. “Esta mobilização das pessoas chamou a atenção das autoridades e foi-nos pedido para suspender a iniciativa, com a promessa de que, junto com as autoridades ligadas ao mar, seria definido um projecto para requalificar e valorizar a zona”, afirmou. 

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De acordo com Marco Silva, foi prometido uma verba de cerca de 12 mil contos pelo Ministério do Mar e, para uma melhor coordenação e representação da sociedade civil no processo, criou-se a ACVM, que desde 2022 tem vindo a empurrar o projecto, com a colaboração da tutela e da Enapor. “Conseguimos realizar um pequeno concurso em janeiro deste ano e, no dia 13 de fevereiro já tínhamos uma decisão. Infelizmente, esta nunca foi publicada e o concurso acabou por ser anulado cinco meses depois. Houve uma promessa de relançar e definir um novo processo. Mas, nesta etapa, fomos excluídos. Se antes tínhamos algum acesso a informação, agora desconhecemos se está a andar.” 

É sobretudo esta falta de informação que levou a ACVM a vir a público para alertar as autoridades e todas as partes intervenientes para a necessidade de envolver a sociedade civil neste processo. “É um dever prestar contas a sociedade. A ausência de informação e atraso do projecto é totalmente reprovável. Por outro lado, devíamos uma satisfação à sociedade, tendo em conta o seu envolvimento desde o inicio para tentar limpar o espaço. E, dois anos depois, ainda não se vê nada”, lamentou, aproveitando para esclarecer que, enquanto associação, a ACVM tem tentado acompanhar e pressionar as autoridades para acelerar este projecto, seja por emails ou cartas. 

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Em jeito de remate, este garantiu que a associação acredita no projecto e renova o compromisso de continuar a lutar para a sua concretização. Entretanto, enquanto isso não acontece, vão continuar a a visitar e a frequentar o espaço, a promover atividades de cariz cultural e desportiva, mas também de limpeza, cívicas e de lazer, como vinham fazendo anteriormente

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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