Faleceu ontem na Holanda, o emigrante Luís Fortes, mais conhecido por Luís Karateca, o artista marcial que nunca perdeu um combate no ringue. A notícia foi espalhada nas redes sociais nas páginas de familiares, pessoas amigas e admiradoras desse também activista social e filantropo que marcou a sua história fundamentalmente no mundo do desporto de combate.
Nascido em S. Vicente, Luís Fortes deixou a sua influência na geração que começou a aprender as técnicas do Karaté com o mestre Abê nos anos setenta. Tratado pelos amigos e admiradores por “Luís Karateca”, foi um campeão holandês e da Europa que amealhou uma série de troféus nos dez anos que se dedicou aos combates full contact.
Em entrevista ao Mindelinsite em julho de 2019, Fortes chegou a revelar que defrontou alunos de Bruce Lee e de Chuck Norris durante uma digressão que o chamado “dream team” norte-americano fez pela Europa. Na sua carreira consta a derrota de Owen Jackson, considerado um invencível, na sua época.
O falecido desportista começou a praticar o Karaté na Holanda em 1965, mas o seu primeiro desporto foi o Boxe. Depois passou para o estilo Kyokushinkai e mais tarde o Taekwondo, por ser um estilo que utiliza bastante a combinação de pontapés. Fortes conta que desenvolveu a sua técnica de pernas e sagrou-se campeão da Holanda, em 1969.
“Havia competições todos os meses e eu participava em quase tudo o que aparecia. Ganhei várias medalhas”, revelou na conversa com o nosso jornal, que ocorreu a quando do seu regresso a S. Vicente, sua ilha natal e onde efectuou três demonstrações históricas no cinema Eden Park em 1976. Confessou ao nosso jornal electrónico que pretendia abrir uma escola em S. Vicente, que teria o sensei Zeca Calazans como professor e a orientação do mestre Abê.
Já reformado, Luís Fortes, então com 74 anos, tencionava vir mais vezes a Cabo Verde para acompanhar o funcionamento do dojo e ajudar no crescimento das artes marciais. Projecto que ficou cancelado por conta do seu falecimento ontem na Holanda, país que o acolheu quando decidiu emigrar para a Europa e onde desenvolveu as suas técnicas marciais. Luís era um apreciador da música tradicional cabo-verdiana, em especial a Morna, e ajudou vários projectos.
O Mindelinsite endereça aos familiares e amigos os seus sentidos pêsames.