A ministra da Defesa assegurou hoje que, não obstante os inquéritos já instaurados pelo Estado Maior (sobre a morte do recruta Davidson Barros), o Ministério da Defesa está a desenvolver outro para apurar o ajustamento das práticas de instrução instituídas nas Forças Armadas.
Esta informação foi avançada por Janine Lélis quando instada pela imprensa a reagir sobre as circunstâncias da morte do recruta de 20 anos, Davidson da Silva Barros, tendo reiterado, primeiramente, os sentimentos de pesar transmitindo à família, aos amigos e às Forças Armadas as mais sentidas condolências.
Falecido no passado dia 13, no centro de instrução militar do Morro Branco, em São Vicente, após se sentir mal-disposto, o caso de Davidson Barros indignou os familiares, amigos e colegas que alegam que este terá tido ajuda negada e sofrido maus tratos.
Segundo disse a ministra, o serviço militar obrigatório é essencial para as Forças Armadas, pelo que, exactamente por causa disso, o Estado tem o dever de garantir que o processo de instrução decorra de forma mais adequada, e de acordo com aquilo que são as regras e o procedimento das instruções.
“Isto significa que nós ouvimos o que disseram os pais, é compreensível, é natural, eu acho que as instituições da República existem para este fim e tal como a família nós também queremos ter a situação devidamente clarificada”, afirmou.
Para o efeito, assegurou que não obstante os inquéritos já instaurados pelo Estado Maior das Forças Armadas, que o Ministério da Defesa Nacional, através da Inspecção Geral da Defesa Nacional, também está a desenvolver um inquérito para apurar o ajustamento dos procedimentos das práticas de instrução instituídas nas Forças Armadas.
O inquérito do Ministério da Defesa Nacional, explicou, visa apurar a adequação do procedimento de instrução, isto é, verificar e ter presente quais são as regras que estão sendo adoptadas na prática e no dia-a-dia.
“Fazemo-lo na medida em que o Estado tem a obrigação de garantir que o serviço militar obrigatório seja prestado com os mais elevados padrões e os mais adequados procedimentos”, sublinhou, salientando que a sociedade cabo-verdiana precisa manter a confiança nas Forças Armadas, da mesma forma que, afiançou, o Governo não poupará esforços para que fique bem claro que nenhum tipo de excesso e desrespeito será tolerado.
Conforme acrescentou ainda, é dever do Estado fazer o melhor para que os jovens continuem a ver nas Forças Armadas uma oportunidade de carreira militar, mas sobretudo, que tenham o mais adequado tratamento e instrução durante o tempo que ali estiverem.
O inquérito, asseverou, vai durar o tempo que se mostrar necessário para que as coisas possam ser averiguadas com o nível de rigor necessário, prometendo que assim que tiverem todas as condições vão revelar os resultados da instrução.
Quanto à autópsia afirmou que ainda não se tem o resultado reafirmando que quando houver o Estado Maior das Forças Armadas já assumiu o compromisso de o divulgar publicamente.
Davidson da Silva Barros, tinha 20 anos, era natural do concelho de São Filipe, ilha do Fogo, e estudante do 2ºano do curso de licenciatura em Criminologia e Segurança Pública no Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais.
Agência Inforpress