Professores de várias ilhas estão sem cobertura do INPS desde julho, apesar de, segundo o sindicalista Nelson Cardoso, descontarem todos os meses nos salários para a previdência social. A situação, acrescenta essa fonte, foi constatada pelos docentes nesta semana quando foram adquirir medicamentos nas farmácias e foram informados que não tinham cobertura do sistema. Revoltados, os professores relataram a situação ao Sindep, que pondera fazer um encontro com os seus sócios e partir, mais uma vez, para a luta.
“Este é mais um espinho na conturbada relação entre os professores e o Ministério da Educação. Além do incumprimento noutras matérias, agora o ME surge com esta falta de respeito”, comenta Nelson Cardoso, que não descarta a possibilidade de os docentes voltarem às ruas em jeito de protesto, se a situação não for regularizada o quanto antes.
A informação que o Sindep dispõe é que o Ministério da Educação não remeteu o pagamento dos professores para o INPS desde Abril e que, por conta disso, perderam a comparticipação na compra de medicamentos. Apesar de apontar o dedo ao Ministério da Educação, Nelson Cardoso critica também a atitude do INPS ao cortar os benefícios aos professores, quando, diz o dirigente sindical, não têm culpa no cartório. “O INPS deve agir contra quem falha e não sobre as vítimas”, comenta.
O caso foi encaminhado para a direção central do Sindicato Nacional dos Professores, que ficou de denunciar a situação através de uma conferência de imprensa na cidade da Praia. Entretanto, Cardoso afirma que o Governo tem falhado demasiado com os professores e que volta a obrigar a classe a levantar a voz em feito de protesto.