Por: António Santos
Armando Pinheiro foi, sem dúvida, um dos melhores artistas da época dele. Artista do povo, o pintor Armando Pinheiro deixou “grande parte” do seu trabalho artístico espalhado por diversas zonas de São Vicente. Desde a mais simples Mercearia até ao mais afamado restaurante, todos tinham um quadro do artista.
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Autodidata e com poucos recursos na altura, pegava num pedaço de Platex e, com a pouca tinta que tinha desenhava uma grande obra-de-arte, designadamente nas fachadas públicas da nossa cidade Mindelo.
A sua obra faz dele o mais importante pintor naïf de Cabo Verde e construiu um amplo património artístico espalhado pelas ruas do Mindelo, que, infelizmente, tem desaparecido ao longo dos tempos por falta de conservação.
Mas, felizmente, o aparecimento da Internet permitiu que o cidadão comum tenha acesso às obras dos diferentes artistas plásticos. Mas, no meu tempo, nos finais do século passado, ainda sem os novos meios de comunicação, só se ouvia falar do Armando Pinheiro porque ele não precisava de internet e nem de bons materiais para demostrar a sua potencialidade.
Não é por acaso que Alberto Alves (Bitu) tinha e continua a ter uma grande admiração por ele, lembrando as suas participações no Carnaval nos Lusitanos, Vindos do Céu e na Estrela do Mar. Não houve um ano, mesmo nos anos que não houve desfile, em que não se trajasse, na época carnavalesca, de índio, na pele do lendário Pierre Brice.
É inadmissível que uma figura tão emblemática e carismática como foi este nosso grande artista plástico tenha caído no esquecimento em Cabo Verde e, principalmente, no Mindelo.
Paz a Alma do nosso grande artista Armando Pinheiro.