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Jovens são o futuro

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Por: António Santos

De um modo geral estou de acordo com a análise do jurista Fredilson José Monteiro sobre a atual situação da comunidade política dos Jovens Cabo-verdianos em Portugal, mas não posso esquecer que existe uma “recetividade” do PAICV às propostas sugeridas pela sua juventude.

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Fredilson José Monteiro Semedo, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e antigo presidente da Associação dos Estudantes Cabo-verdianos em Lisboa (UECL) e também do Conselho Fiscal do Núcleo dos Estudantes Africanos da Faculdade de Direito (NEA), é claro quando diz: “Os jovens são o futuro do país e um partido sem a sua juventude não tem futuro”, acrescentando que “a história e a atualidade comprovam precisamente isso: os jovens são de facto a força motriz do desenvolvimento e da mudança social e económica do estado. Nesta senda, de uma forma natural, cada um integra-se numa organização de acordo com o seu interesse e vontade”.

Estou plenamente de acordo com o jovem jurista. Contudo, considero que a juventude do PAICV tem comprovado as suas “características próprias e uma composição heterogénea e em constante mutação, com criatividade, alegria e confiança”, incorporando “valores de solidariedade, entrega, capacidade de organização e participação”.

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Tal é evidente na organização e luta em torno dos seus direitos e interesses pela concretização dos seus sonhos e aspirações. E ficou também bem expresso nas significativas mobilizações juvenis contra todas as discriminações e em defesa do ambiente.

A Juventude do PAICV tem, desde a sua origem, características muito particulares. É uma organização do Partido, embora tenha assegurada a sua autonomia. Mas é também parte integrante do movimento juvenil cabo-verdiano, não se coibindo de assumir elevadas responsabilidades e defender e difundir os seus valores e projectos.

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Aliás, são estas características que, em grande medida, Fredilson Semedo defende ao longo do artigo que publicou e onde lembra que “uma organização de juventude de natureza político-partidária é regida pelos seus estatutos e regulamentos que preveem um manancial de regras, princípios e valores que regulam a sua estrutura e o seu modo de funcionamento institucional. Sendo assim, é uma casa onde os jovens podem exercer livremente o seu direito à cidadania prevista e tutelada constitucionalmente”.

Estou totalmente de acordo quando afirma: “Estas regras, princípios e valores não são letras mortas ou medidas de cosmética para servir a nossa vaidade ou interesse pessoal em detrimento daquilo que é o interesse comum de todos. Também não servem apenas para serem invocados num discurso por conveniência porque eventualmente pode nos calhar bem tendo em conta o oportunismo do momento”.

Também estou plenamente de acordo com o apelo que faz aos jovens para assumirem as suas responsabilidades para “serem, de facto, o futuro do que quer que seja” tem de saberem respeitar o bom funcionamento institucional de uma organização com base nas regras, nos princípios e valores. 

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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