Jovens de origem cabo-verdiana perdem eleições regionais na Itália: Centro-direita é o vencedor
O centro-direita, chefiado pela primeira-ministra Giorgia Meloni, é o vencedor das eleições regionais da Lombardia e Lazio. Mas as atenções da comunidade cabo-verdiana de Itália se concentrou nestas eleições na região de Lazio onde dois jovens da segunda geração disputavam este pleito, Sonia Morais e Paulo Barros. Infelizmente nenhum dos dois eleito, mas a Sonia obteve um bom resultado. Foi a candidata que atingiu o máximo dos votos no quarto e quinto Município de Roma.
Por Maria de Lourdes Jesus
Sonia Morais (Partido Democrático) e Paolo Barros (Verdi Sinistra) desafiaram, como só os jovens são capazes de enfrentar, a sociedade italiana e a comunidade cabo-verdiana durante a recente campanha eleitoral para o pleito regional em Lazio, dirigindo-se especificamente aos cidadãos desta região com um programa capaz de satisfazer os interesses das camadas mais vulneráveis, sobretudo nas áreas da saúde pública (que vai-se deteriorando paulatinamente a favor dos hospitais privados por causa do corte do financiamento do governo); dos direitos dos trabalhadores defendendo o salário mínimo a 9.00 euros a hora; na luta contra a violência do género e pelo direito da cidadania (ius solis) aos filhos dos imigrantes nascidos em Itália, e dos filhos menores que chegaram em Itália.
Os dois candidatos alegam que as razões que influenciaram e os impediram de serem eleitos foram primeiro de tudo à derrota do centro-esquerda, que iniciou nas eleições legislativas de Setembro 2022 com a vitória do centro-direita, e a perda progressivamente da maioria das regiões governadas pelo centro-esquerda. O Partido Democrático (PD) era até então governo na maioria das regiões italianas. Inclusive a Região Lazio foi governada durante dois mandatos por um dos expoentes máximo do partido, Nicola Zingaretti. Agora, das 19 regiões que compõem a península italiana, 15 estão a ser governados pelo centro-direita e apenas quatro pelo centro-esquerda.
A perda da região Lazio, estava sendo anunciada pelas sondagens e nos debates políticos nos media, desde o início da campanha eleitoral. A maioria apostou no centro-direita, como vencedor destas eleições.
Outro elemento decisivo foi a fraca afluência às urnas que andou à volta dos 40%. Os eleitores penalizam o centro esquerda, mas sobretudo os do Partido Democrático, que acusam o partido de não representar a camada mais desfavorecida da população, estar distante dos problemas deste país e de estar em crise de identidade e com um secretário Enrico Letta cessante, à espera do próximo que será eleito já no dia 26 de Fevereiro. Este descontentamento, acompanhado da perda de confiança e das acusações ao PD, induziram a maioria dos eleitores a desertar das urnas, com resultados desastrosos: 33,5% dos votos para o candidato de centro esquerda, D’Amato e, 53% a favor e que garantiu uma vitória esmagadora Francesco Rocca (centro-direita) a presidente da Região Lazio.