PM anuncia disponibilização de terreno para construção da sede da FIC na ZIL em S. Vicente
O Primeiro-ministro anunciou hoje, na abertura da 25ª edição da Feira Internacional de Cabo Verde que decorre sob o lema “25 anos criando oportunidades de negócios”, a existência de um compromisso a nível da Zona Económica Marítima Especial de disponibilizar um terreno na Zona Industrial do Lazareto para a construção de instalações permanentes da FIC. Sem fixar uma data para sofrer pressão, Ulisses Correia e Silva garantiu que o Governo vai apoiar e tornar realidade aquilo que é uma necessidade da FIC ter instalações próprias, com boas condições e permanentes.
O Chefe do Governo fez este anúncio no final do seu discurso, quase que respondendo aos lamentos da administradora-delegada da FIC sobre a ausência de instalações próprias em Sao Vicente. Segundo Ulisses Correia e Silva está tudo encaminhado para que este desejo se concretize. “Já temos um compromisso a nível da ZEEM de disponibilizar a FIC um terreno na ZIL para construção das suas instalações permanentes. Há dias estive a concertar com o VPM e Ministro das Finanças para podermos estar sintonizados com os recursos. Vamos apoiar e tornar realidade aquilo que é de facto uma necessidade de termos instalações próprias com boas condições e permanentes para a FIC. Não vou dizer quando mas vai ser. Se eu dizer que vai ser amanhã vão fazer pressão. Mas já há um compromisso. Precisamos do projecto, com montagem financeira e podem estar certos que o financiamento será assegurado através da comparticipação do Governo, da FIC e de outros parceiros.”
Apesar de perspectivar que 2023 vai continuar a ser um ano desafiante, num contexto difícil e imprevisível marcado pela guerra na Ucrânia, Correia e Silva anunciou ainda o reforço da aposta na indústria, com investimentos para melhorar a infra-estruturação da ZIL. “O quadro legislativo que compõe a ZIL e o Parque Industrial vai ser alterado para melhorar a atratividade e agilizar os procedimentos de licenciamento de actividades na zona”, pontuou, prometendo por outro lado a conclusão dos parques tecnológicos da Praia e de São Vicente no primeiro semestre de 2023 e a retoma dos projectos de infra-estruturação, com um novo pacote para 2023-2026.
“Brevemente apresentaremos ao Conselho de Concertação Social um Acordo Estratégico de Médio Prazo, importante para a assunção de compromissos e fixação de um quadro orientador da estabilidade econômica e social”, acrescentou, que aproveitou para enaltecer a confiança reinante no país, espelhado refletido nos números da economia, citando como exemplo as perspectivas de crescimento de 8%. De entre as medidas avançadas para aumentar a capacidade de financiamento das empresas, destacou a criação de um Fundo de Impacto, no montante de 10 milhões de euros em janeiro de 2023.
Antes, a administradora-delegada discorreu sobre trabalho feito e sobre as muitas lutas da FIC, contra tendências, a falta de meios, destacando de entre eles a permanente realização dos certames em instalações impróprias. “O esforço e a persistência dos trabalhadores, o amparo da sociedade cabo-verdiana, dos sucessivos governos e do empresariado nacional e internacional deram frutos que se colheram: atração efectiva de investimento estrangeiro, o desencadeamento de correntes comerciais com outros países, com manifesta e profícua diversificação dos mercados fornecedores, além da expansão de vendas de firmas cabo-verdianas”, enfatizou Angélica Fortes.
Emocionada, esta responsável lançou aproveitou para lançar um “apelo” a quem de direito, para que, com a maior brevidade possível, se proceder aos investimentos necessários para o desenvolvimento da FIC, aumentado assim ainda mais os seus benefícios. “Embora a empresa tenha sido sempre gerida com prudência, o que vem condicionando a sua relativa sanidade financeira, o seu reflexo na economia nacional são enormes. É em função disso que deve ser avaliada a rentabilidade dos investimentos que se solicitam: a requalificação das instalações da Praia com adequado estudo prévio, a construção de instalações próprias no Mindelo, onde um importante investimento tirou-lhe o espaço que vinha ocupando e onde já havia feito alguns investimentos mínimos para o seu financiamento”, elencou.
Angélica Fortes deixou algumas menções honrosas à patrocinadores, expositores-parceiros e órgãos de imprensa. Agradeceu os trabalhadores e a equipa da FIC, que chamou ao palco para uma homenagem à um dos fundadores da empresa FIC-SA, Amiro Faria, pelo trabalho abnegado e pelos muitos ensinamentos. Este recebeu uma estatueta das mãos do PM e agradeceu o gesto de “quem teve a iniciativa, dos que a aprovaram e dos que aplaudiram”.
O acto contou ainda com intervenções dos presidentes das Câmaras do Comércio de Barlavento e de Sotavento, neste que foi o regresso da FIC a origem, nas instalações da Enapor, e do presidente da CM de São Vicente, na qualidade de anfitrião, que augurou que o papel de promoção e dinamização da actividade econômica e empresarial, pilares fundamentais saem desta feira ainda mais robustecidas. “Apesar dos trabalho que tereis por estes dias, acredito que encontrarão tempo para conhecer a cidade do Mindelo, bem como desfrutar das diversões que ela oferece”, convidou o edil, realçando que a inovação e a cooperação desempenham um papel fundamental para a competitividade empresarial.
De acordo com Augusto Neves, é sua convicção que se deve trabalhar para o aumento das trocas comerciais, incluindo serviços, na promoção de um ambiente de negócios e de investimentos na montagem de acções de apoio ao sector privado e na criação de novas oportunidades. “Um dos grandes desafios que se coloca hoje ao país é conseguir fazer crescer a economia numa conjuntura muito difícil. Mas, este crescimento só se obtém através de novos comportamentos e de novos modelos de negócio. É pois neste contexto que tanto sentido faz apoiar soluções polarizadas em torno do capital humano”, sugeriu Neves, acrescentando que a feira tem por objectivo mostrar para a Região o que Cabo Verde tem de melhor, desde logo o seu povo, simples, ordeira, determinada e trabalhadora.
Testemunharam a abertura da feira para além do PM, os ministros do Comércio, Industria e Energia, e do Mar e da Cultura e das Industrias Criativas, a presidente da Assembleia Municipal, deputados da Nação, presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, membros do Corpo Diplomático, representantes da Feira Internacional de Lisboa, delegações de Portugal, Austria, Guiné-Bissau, Estados Unidos, Brasil, Espanha e de toda a comunidade da CEDEAO, expositores e investidores.