Fórum CV quer expandir e maximizar debate da “Oficina de Cidadania”
A vice-presidente do Fórum Cabo-verdiano da Sociedade Civil, responsável pela realização da primeira oficina de cidadania em São Vicente visando “Promover um Jornalismo Credível”, diz estar satisfeita com a dinâmica e as contribuições dos participantes, mas principalmente com as sugestões de mudança. Patricia Évora garante que esta é uma iniciativa para continuar, expandir e maximizar.
Em declarações ao Mindelinsite, Patricia Évora afirmou que a realização desta oficina foi extremamente positiva não só pela presença das pessoas, mas sobretudo pela dinâmica. “O diálogo fluiu as as pessoas puderam dar os seus contributos muito críticos e também de mudança. Era isso que queríamos, que as pessoas viessem aqui participar, ouvir e também propor soluções”, enfatizou esta responsável, que destacou igualmente as sugestões para incentivar a participação da sociedade civil.
Apontou igualmente o debate relacionado com a comunicação social que, afirmou, foi bastante critica e ética. “Desta discussão percebemos que devemos continuar a ter esta postura. Foi sugerido aqui e era também o nosso objectivo, de que este pequeno grupo deve ser massificado. Podemos fazer mais iniciativas e outras comunidades e chamar mais pessoas para levantar a voz da sociedade civil que queremos, através da comunicação social. Com isso, podemos conseguir ‘Dar voz à sociedade civil em monitorar a ação do Governo e denunciar praticas ilegais de governação’, fazer o ‘Controlo do cidadão da gestão das Contas Públicas’ e ‘Controlo do cidadão da ação governamental’”,indicou.
Para Nuno Andrade, um dos dinamizadores dos temas propostos para esta oficina, a cidadania ativa constrói-se diariamente e é um esforço da base para o topo.“Cabe aos cidadãos reivindicar e construir espaços de participação democrática. Contudo, é preciso não perder noção da realidade. Não devemos esquecer que ainda vivemos numa sociedade muito marcada pelo ‘pão para a boca’, o que limita uma mais ampla participação cívica. Só a partir da valorização destas premissas, acrescentou, poderá ser fomentada, no futuro, uma cidadania mais consequente, vigilante e escrutinadora”, assegurou.
Esta constatação do jornalista Nuno Andrade veio como um complemento a intervenção da professora e antropóloga Celeste Fortes, que afirmou que em Cabo Verde existem duas sociedades: a do estômago, que vive a pensar o que colocar a mesa e que agrada os governos que o preferem alimentar com politicas assistencialistas, e a do cérebro que é onde mora a voz critica e reivindicativa.