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Técnico aeronáutico diz que EASA vinha alertando administração da TACV para renovar certificado

Américo Farina Medina, que integrou o Conselho de Administração da ASA, escreveu, em uma publicação no facebook que a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), desde setembro de 2021, vinha alertando a administração da TACV sobre a necessidade de passar para a certificação TCO (Operador de Terceiro País) não europeu, que realiza voos comercias para a União Europeia. Entretanto, ao invés de resolver o problema, a administração optou por fazer uma fuga em frente, enterrando a “cabeça na areia igual ao avestruz. E a consequência é o que se vê, ou seja, a companhia está sem certificado e proibida de voar para a Europa. 

A reacção deste técnico aeronáutico surge na sequencia das notícias veiculadas ontem sobre a proibição da companhia voar para a Europa por estar com o certificado de voo caducado, com consequência para os passageiros que não conseguem viajar, para a imagem já depauperada da companhia e para Cabo Verde. “Aeronegócio não é para quem quer, mas para quem sabe”. É com este título que Américo começa a fazer esta suas explanação, dirigida especialmente ao pessoal não aeronáutico, tendo em conta que, como diz, este sector tem as sus especificidades. 

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“Temos obrigações em matéria de licenciamento, certificações, autorizações e aprovações (relativas ao pessoal, equipamentos, processos etc.) que, no seu conjunto constituem elementos críticos e insupríveis, cujas validades têm que ser renovadas periodicamente. Só assim, o sistema internacional de transportes aéreos garante que o pessoal e as organizações que exercem uma atividade aeronáutica, reúnem as condições exigidas, antes de serem autorizadas a exercer as regalias de uma licença, certificado, autorização para prestarem serviço de aviação civil importante, como por exemplo o de transporte de passageiros”, esclarece.

Neste contexto, prossegue, a EASA vinha, desde setembro de 2021, alertando a administração da TACV sobre a necessidade de passarem para a certificação TCO (Operador de Terceiro País) não europeu que realiza voos comerciais para a UE). Trata-se, diz, de uma autorização de segurança operacional, emitida pela EASA após uma avaliação técnica, após a retoma das operações previstas. “Este certificado é um pré-requisito obrigatório para a solicitação de direitos de tráfego comercial (autorizações de operação) junto a qualquer Estado-Membro da organização”, enfatiza, realçando que, não obstante a relevância desta autorização, tentou ludibriar as autoridades europeias. “O CA da TACV, como a nossa amiga avestruz, enterrou a cabeça na areia, pois na Direcção de Operações da companhia não há viva alma que saiba montar/preparar um processo de Certificação TCO.”, acusa. 

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Mas o ecossistema montado pelo europeus não permite que a companhia opera sem a referida licença e, com isso, centenas de pessoas estão a enfrentar consequências imprevisíveis nas suas vida. “Com este episódio ferimos de morte, mais uma vez, a reputação, a credibilidade e as esperanças nesta ‘bandeira’ (alguns dizem ‘ Cruz’). Os custos deste bordel vão ter um impacto significativo na depauperada tesouraria da companhia e a desconfiança do mercado vai engordar um elefante de custos intangíveis que mais não fazem do que retirar oxigénio ao defunto!”, desabafa. 

Enquanto isso, diz, o foco da PCA está nos salários dos pilotos (10% de 12.000.000 Euros de custos operacionais), quando há processos muito mais críticos, vitais e urgentes do que aquilo que vem apresentando ao país como desafios, num momento em que foi renacionalizada uma mão cheia de nada. “Não temos certificado actualizado (IOSA, TCO, FAC 129…); a IATA já nos colocou no hall de entrada; não pertence a nenhuma das três alianças que dominam o mercado, nem tem um code share para exibir; compramos combustível como faz qualquer cidadão para abastecer o seu carro etc, frisa este técnico, para quem em outro país toda o CA já teria caído sem apelo nem agravo. “Esses cancelamentos, nessas circunstâncias, fariam rolar cabeças, pois a culpa não pode morrer solteira!.”

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Esta publicada está a suscitar muitas reacções, com acusações de amadorismo,  cultura de facilistmo, do cartão de militante, tristeza e vergonha. Outras há que, face as promessas feitas em 2016, entendem que “cabeças desvariadas devem um pedido de desculpas à Nação por este total falhanço.  

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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