A. Vicente augura que “Globe 40” seja um catalizador e traga mais eventos internacionais para Cabo Verde
O Ministro do Mar disse esperar que a regata Globe 40, que faz uma paragem por estes dias na cidade do Mindelo, seja um catalizador para se retomar os desportos náuticos em São Vicente e traga mais eventos internacionais desta grandeza para Cabo Verde. Abraão Vicente, que falava em conferência de imprensa, lançou por isso um apelo à população no sentido de proteger os barcos que estão ancoradas na marina, que haja segurança, que não sejam roubados e que sejam acarinhados, lembrando que este tipo de turismo pode abrir o país a novos mercados.
Abraão Vicente começou por saudar os presentes, amigos e parceiros, em especial a Enapor – que apelidou de um ponta-de-lança da tutela para se concretizar esta parceria, através do financiamento. Paralelamente, citou a organização deste evento náutico internacional, que lembrou que no passado Cabo Verde já foi um importante ponto de passagem quando se tentava fazer as grandes travessias transatlânticas. E volta a ser agora, não para descobrir novos mundos, mas como ponto de abastecimento, reabastecimentos, reparação, consertos, e também para conhecer a cultura.
“O objectivo principal é voltar a colocar Cabo Verde no mapa dos grandes eventos. E o Globe 40 é um evento de grande valor. Chegando aqui, onde vão permanecer duas semanas, não vão ficar indiferentes. Vão ser tocados pela nossa cultura, pela nossa economia e pela possibilidade de fazer investimentos, voltar de férias e transmitirem os conhecimentos e experiências vivenciadas aqui”, declarou A. Vicente, para quem não basta a cultura e a morabeza para se conseguir este feito.
“É a percepcão dos outros que transforma o país num grande destino. Esta é uma grande operação de marketing na promoção da marca Cabo Verde. É por isso que o Fundo do Turismo, a Enapor e várias outras entidades estão envolvidas. É através da Enapor que financiamos a passagem do Globo 40 e o Kavala Fresk Feastival”, enfatizou, realçando que o MM, através desta empresa, uma das mais sólidas, com maior volume de negócios e melhor gerida, consegue avançar o potencial marítimo a eventos concretos, espelhados no seu novo slogan “Um mar de oportunidades”.
Agradeceu a Globe 40 por ter incluído Cabo Verde numa fase experimental que espera seja institucionalizada por forma a que o país possa continuar a ter, através da Enapor, a construção de outras marinas e de outras infraestruturas, que possam acolher no futuro outros eventos similares. Afirmou ainda que só o video promocional do evento teve mais de dois milhões de visualizações nas redes sociais. “Estamos a atrair aqui um turismo de alto valor acrescentado. Cabo Verde tem de acrescentar valor a aquilo que já existe como oferta turística.”
O PCA da Enapor justificou esta parceria com a importância do mar e o seu efeito indutor na Economia Azul e no desenvolvimento sustentável. “A aposta em serviços, regatas, cruzeiros e iates de luxos que atracam nos nossos portos é importante não só para impulsionar a economia do país, mas também para a visibilidade externa de Cabo Verde”, frisou Irineu Camacho, enfatizando que a Enapor, dentro do seu plano estratégico e de acordo com a sua política de patrocínio e responsabilidade social, tem na área dos desportos náuticos um dos grandes pilares.
Da parte da organização, ManFred Rams Pacher, presidente da Sirus Events, fez questão de diferenciar o “Globe 40” do “Ocean Race”, enquanto corrida aberta aos velejadores profissionais e amadores, por forma a ser um evento feito para o povo. Exactamente por isso, indicou, foge das rotas tradicionais, citando a título de exemplo o facto de partir de uma cidade africana, Tanger nos Marrocos, e, na sua volta ao mundo, não parar na África do Sul ou em outros pontos relevantes.
Houve ainda uma intervenção do representante da Câmara Municipal de S. Vicente, José Carlos da Luz, na qualidade de anfitrião, que destacou o “vivo agrado” da autarquia por fazer parte desta iniciativa e prometeu continuar a encetar esforços no sentido da valorização da ilha, com vista a sua afirmação como espaço privilegiado de iniciativas nacionais e internacionais. E ainda do velejador Masa Suzuki, o primeiro e único capitão de barco desta regata que já aportou no Porto Grande.