A Organização das Mulheres de Cabo Verde no Mindelo tem garantido um financiamento da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias para adquirir e instalar 50 painéis solares em casas de tambor sem luz elétrica. O projeto, denominado “Luz para as Meninas”, irá priorizar casas que tenham pelo menos uma jovem a estudar.
“Iremos selecionar 50 casas e, visto que em São Vicente há mais de dois mil casas de tambor, o primeiro critério que colocamos é que a casa tem que ter pelo menos uma menina a estudar para poder receber o equipamento”, garante a delegada da OMCV no Mindelo, Fátima Balbina.
“Luz para as Meninas”, de acordo com esta fonte, conjuga a palavra “luz” não só com iluminação, ao mesmo tempo, com esperança, ideia e desenvolvimento e o equipamento com autonomia para uma lâmpada, carregar telemóveis e computadores.
Os cinquenta kits custaram mais de um milhão de escudos e a ideia, de acordo com a delegada. O objectivo é adquirir mais de uma centena de kits, para poderem abranger mais pessoas. “O valor inclui o equipamento, a instalação do mesmo e pretendemos dar uma formação para as famílias, para que saibam manusear e cuidar dos painéis, mas também queremos formar um grupo de jovens para que possam trabalhar na instalação dos equipamentos”, diz esta responsável pela organização na ilha.
Neste projeto, a instituição trabalha com a empresa Prosol e a ideia inicial é de perceber o impacto deste projeto na vida das pessoas, para depois darem seguimento ao projeto. “Desta vez poderemos incluir no projeto casas clandestinas, uma vez que no ano passado, com o projeto das casas de banho, não foi possível abranger residências informais, porque se fossem demolidas o investimento seria perdido. No entanto, sem defender a filosofia da informalidade, se colocarmos um painel numa residência e por alguma eventualidade a família tiver que sair, pode, no entanto, levar consigo o painel e instala-lo novamente noutra residência”, explica.
A líder desta associação mostra-se ainda preocupada com a pobreza extrema, que considera afetar a autoestima das famílias e este facto foi um dos estímulos para o lançamento deste novo projeto. Um projeto ambicioso numa ilha em que com grande número de casas informais, como casas de tambor, sendo São Vicente a ilha com maior número destas construções, 1750, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística.
A luta neste momento é de encontrar um modo de assegurar que os equipamentos não sejam roubados após a instalação. “Estamos a pensar numa estrutura com cadeado e grades, que impeçam alguém o roube”, sublinha a delegada que garante que em três dias o problema de eletricidade em 50 casas no Mindelo, pode ser resolvido já, sem custos para a família.