Onze pescadores foram detidos na ilha do Sal pela Polícia Judiciária indiciados do crime de tráfico de droga. Os suspeitos, conforme nota da PJ, encontraram um carregamento de haxixe em alto mar e decidiram vender o produto, em vez de o entregarem às autoridades policiais. Acabaram presos em flagrante delito nos dias 8 e 10 de junho, no âmbito de mandados de buscas domiciliárias e revista emitidos pelo Tribunal da Comarca do Sal.
Os suspeitos, que são tripulantes do navio de pesca Cheferote, residem nas localidades de Palmeira, Santa Maria e Hortelã de Cima, são todos do sexo masculino e têm idades compreendidas entre os 20 e 55 anos. Além de 12 quilos da droga, a PJ apreendeu a quantia de 110 contos, alegadamente proveniente da comercialização de parte do estuefaciente.
“Nove dos detidos foram apresentados na quinta-feira, 09 de junho, às autoridades judiciárias, para efeito do primeiro interrogatório judicial de arguido detido e aplicação de medidas de coação, tendo-lhes sido aplicado – Apresentação Periódica às Autoridades, todos os fins-de-semana“, informa a PJ. Quanto aos dois suspeitos restantes, foram apresentados ontem à tarde perante as autoridades judiciárias.
Entretanto, dois dos pescadores da Palmeira, conforme noticia a agência Inforpress, acusaram a Polícia Judiciária de agressões físicas. Um deles conta que inspectores da PJ lhe bateram na cabeça e machucado uma das pernas, enquanto o colega levou bofetadas, pauladas na planta dos pés e golpes no joelho com uma estaca de ferro, para obriga-los a entregar o produto e o dinheiro da venda do estupefaciente.
Os pescadores, que falaram com a referida agência acompanhados do advogado, pedem uma averiguação do caso para que os policiais sejam punidos. A alegada actuação da PJ para obrigar os suspeitos a falar, conforme o defensor, é proibida por lei. Este diz que não se pode agredir ou torturar uma pessoa para obrigá-la a falar ou entregar o que possa ter consigo.