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Sindep vai propor adopção de um tecto mínimo para reforma dos professores de posto escolar e quer mais dignidade para os docentes

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O sindicato Sindep vai propor a adopção de um tecto salarial mínimo no processo de reforma dos considerados professores de posto escolar. Estes ganham à volta de 23 contos e, conforme Nelson Cardoso, a ideia é que possam auferir de uma pensão com base idêntica ao vencimento da categoria do professor-assistente. Desta forma, diz o sindicalista, o trabalho desses docentes será valorizado e reconhecido pelo Estado de Cabo Verde.

Cardoso explica que esses professores – que entraram no sistema faz muito tempo e são neste momento em número residual porque a maioria já está na reforma – chegam a trabalhar em torno de 30 anos, mas ganhando o mesmo vencimento. A intenção, diz, é garantir uma promoção e mudança de nível ao que se aposenta e que deixe de haver qualquer desconto após 32 anos de serviço prestado. A seu ver, esta será uma forma de o Estado humanizar o processo de aposentação e reconhecer o trabalho prestado por esses profissionais, muitos deles prejudicados porque não puderam investir na sua capacitação académica e melhorar o seu salário.

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O Sindep vai também chamar atenção para a reforma curricular. Segundo essa fonte, o processo já está em curso, mas só agora o Ministério da Educação enviou o diploma aos sindicatos para pronunciamento. Cardoso enfatiza que essa reforma pode mexer com a qualidade do ensino e prejudicar o docente, tendo em conta que uma consequência imediata é o aumento exponencial do volume de trabalho. Isto associado à insatisfação no seio da classe docente provocada pela negação dos seus direitos.

Este dirigente sindical fez estas declarações hoje de manhã à imprensa numa mensagem alusiva ao dia nacional do professor cabo-verdiano, que é assinalado amanhã. Para ele, o dia 23 de abril deveria ser de comemoração, mas acaba por ser um momento de reflexão e de início de uma mudança de atitude no seio dos professores, visto que os desafios são muitos e, pior ainda, marcado pela negação dos seus direitos. “Hoje o professor clama por consideração, respeito, valorização e consequentemente pela dignificação pessoal e profissional”, considera Nelson Cardoso.

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Apesar desse cenário, diz, o sindicato agradece e se sente confiante na forma como os docentes cabo-verdianos se posicionaram desde o início deste ano, demonstrando-se unidos e determinados. Neste sentido, o Sindep, diz, reforça o seu compromisso de continuar a lutar de mãos dadas com a classe docente.

Nelson Cardoso assegura que a organização sindical vai continuar vigilante e atento ao cumprimento dos acordos e compromissos assumidos pelo ministro da Educação com os professores. Este lembra que Amadeu Cruz assumiu a promessa de resolver algumas questões pendentes ainda em 2022 e as restantes pendências em 2023. “Por isso pedimos a atenção dos professores, união, disponibilidade e determinação, caso for preciso agir de forma tempestiva e o ME não cumprir”, enfatiza Cardoso, lembrando que foi adiada uma manifestação devido ao compromisso assumido pelo ministro.

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Em caso de necessidade, prossegue, os professores vão voltar a protestar nas ruas no dia 5 de outubro, dia internacional do professor. Para Cardoso, chegou o momento de acontecer uma mudança do paradigma em Cabo Verde no que toca ao relacionamento do ME com os professores.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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