A empresa Águas e Energia da Boa Vista passou a ser integralmente estatal. O Governo informa que decidiu comprar as ações dos acionistas privados Bucan e Promomax, que detinham 40 por cento do capital da AEB. Esta medida surge depois de terem manifestado o interesse em saírem da estrutura da referida empresa de energia e água, que detém um contrato de subconcessão do transporte e distribuição desses serviços com a Electra.
Deste modo, o Estado passou a ser detentora de todo o capital da AEB, visto que os restantes 60% são detidos pela SDTIBM (Sociedade de Desenvolvimento Turístico da Boa Vista e Maio). Afirma o Executivo em comunicado que decidiu estrategicamente adquirir os outros 40% de ações agora no mês de abril e enquadrar a AEB no plano de restruturação das empresas públicas no sector energético e de água, de modo a torná-la mais competitiva.
“Assim, procedeu-se, por despacho conjunto do ministro das Finanças e do Fomento Empresarial e do ministro da Indústria, Comércio e Energia, com a criação de uma equipa constituída por técnicos dos dois Ministérios, para negociar a aquisição de 40% da empresa, com suporte na avaliação e no estudo sobre a validade da aquisição, feitos em cumprimento das exigências legais”, explica o Palácio da Várzea, adiantando que, concluído o processo negocial, foi efectivada a compra das ações no mês de abril.
O Governo assegura que foram criadas agora as condições para avançar com um abastecimento de água e energia na ilha da Boa Vista com maior previsibilidade, factor indispensável para a evolução da actividade industrial e do turismo e com ganhos para a população local.
No ano passado, o Governo aprovou a emissão de um aval estatal de meio milhão de contos para socorrer a AEB, que foi afectada pela crise provocada pela ausência de turistas na Boa Vista devido a Covid-19, com o intuito de garantir o fornecimento de água e energia. O Executivo justificou a autorização para o aval alegando que a empresa foi afectada pela redução do turismo, devido as restrições impostas pela pandemia. Esta crise provocou o encerramento de todos os empreendimentos hoteleiros, que representam quase 80% do total de clientes e do volume de negócios da AEB.