Escolhido para coordenar o MpD em S. Vicente, Batcha Gomes denuncia alegadas tentativas de boicote interno
O jurista Armindo “Batcha” Gomes foi escolhido ontem para coordenar a comissão política do MpD na ilha de S. Vicente com 531 votos dos militantes presentes na assembleia. Gomes teve mais 22 votos que o candidato Vander Gomes, deputado nacional, e 367 sobre Flávio Lima, líder da bancada ventoinha na assembleia municipal de S. Vicente.
Gomes promete levar à prática o seu slogan e trabalhar para unir o partido, mas essa tarefa pode ser complicada. É que, como ele próprio afirma, os seus adversários estão a tentar unir esforços com a suposta intenção de boicotar a sua escolha para liderar o partido a nível local. Para ele, se Vander e Flávio agirem dessa forma estarão a prestar um mau serviço ao MpD.
“São tão maus perdedores que estão a insinuar juntar os votos, conseguir a maioria e nomear Flávio como coordenador da comissão política”, denuncia Gomes. Conforme o jurista, os seus adversários não podem almejar aplicar esse esquema na Comissão Política porque compete ao coordenador eleito escolher a sua equipa.
Questionado se essa alegada “geringonça política” irá dificultar o seu plano de unir o partido, Gomes assegura que o seu trabalho será fácil nesse sentido porque tem a maioria dos militantes de base do seu lado.
Para Armindo Gomes, o MpD tem estado desunido em S. Vicente, com quezílias entre grupos de interesse que colocam em trincheiras opostas o edil Augusto Neves e João Gomes, actual líder da bancada do Movimento para a Democracia no Parlamento. Essa “guerra interna de protagonismo”, diz, foi sentida nas campanhas, o que, na sua perspectiva, não deve continuar a acontecer. “Eu não sou de nenhum dos grupos, até porque já estive com o Augusto e com João Gomes em embates políticos em prol do MpD”, sublinha.
Armindo Gomes acha natural haver sensibilidades dentro de um partido de princípio democrático. Agora, considera inaceitável haver oposição interna que coloca em causa os interesses do partido. “Consideramos descabida uma oposição interna que se recorre a críticas desnecessárias e que só servem para desunir. Eu não estou disposto para suportar esse tipo de quezílias”, acentua. Para ele, aquilo que o MpD deve fazer é respeitar as sensibilidades, mas unir fileiras nos embates políticos com a UCID e o PAICV nas eleições autárquicas e legislativas.
Perguntado se pretende ser candidato do MpD à Câmara de S. Vicente, Batcha Gomes afirma com todas as letras que não tem essa intenção nem esse projecto político. “Preferia ser deputado em vez de presidente da câmara. Inclusive já fui convidado para integrar listas para as autárquicas e não aceitei”, acrescenta.
Ainda Gomes não sabe quando será a tomada de posse. Assegura que vai abordar este assunto com a comissão política cessante, que foi liderada por Maria Santos. Entretanto, vai deixando claro que estará atento a eventuais manobras de assalto à comissão política regional do MpD. Por outro lado, assegura estar aberto a negociar com as candidaturas lideradas por Flávio Lima e Vander Gomes em benefício da estabilidade do partido em S. Vicente.
Os candidatos Fávio Lima e Vander Gomes ficaram de reagir amanhã sobre este assunto.