Pub.
Economia
Tendência

“Nôs Mar d’ Canal” está há mais de uma semana à espera do aval do Serviço de Segurança do IMP para operar 

Pub.

Uma semana após a realização de uma “vistoria rigorosa” ao navio Nôs Mar d’ Canal e da sua aprovação para certificação, a empresa Naviera Armas Cabo Verde continua a aguardar o aval do Serviço de Segurança do Instituto Marítimo Portuário para operar. Vlademiro “Vlu” Ferreira prefere, pelo menos por agora, não se pronunciar sobre esta demora “inesperada e surpreendente”, mas admite custos avultados com a Enapor, salários e outros, sem entrada de receitas. 

A deslocação da embarcação para o cais de cabotagem, logo após o anúncio da vistoria, foi vista por boa parte dos mindelenses como um sinal de que o início das operações do referido navio estava para breve. Mas, segundo informações apuradas por Mindelinsite, ainda a administração do IMP não entregou os documentos necessários que atestam as condições de navegabilidade do barco. 

Publicidade

“Os inspectores do IMP fizeram uma vistoria rigorosa ao navio faz mais de uma semana. Nôs Mar d’ Canal foi aprovado para todos os certificados. O Certificado de Navegabilidade e todos os demais foram emitidos e estão na posse de algum administrador ou director, que deve ter esquecido os documentos em alguma gaveta”, desabafa uma fonte próxima deste processo. 

Instada se esta demora na validação dos certificados não poderá estar relacionada com alguma insuficiência, a mesma fonte explica que em todas as vistorias aprovadas é normal os inspectores fazerem recomendações, que não afectam a navegabilidade e nem a segurança do navio e são resolvidas com a embarcação em actividade. “Isto é absolutamente normal e não impede a emissão dos certificados de navegabilidade”, reage.

Publicidade

Confrontado por Mindelinsite, o inspector Armindo da Graça passa a bola para o Diretor de Serviço de Segurança do Instituto Marítimo Portuário, Miguel Fortes. “Não cabe a mim pronunciar sobre o assunto. O que posso dizer é que uma equipa de inspectores deslocou-se ao navio e fez o trabalho que lhe competia. Qualquer outra informação terá de ser avançada pelo Diretor.” Foi, no entanto, impossível chegar à fala com Miguel Fortes, por telefone ou pessoalmente, por este se encontrar “muito ocupado”.

Já Vlademiro “Vlu” Ferreira, presidente da Naviera Armas Cabo – Verde, optou, pelo menos por enquanto, não se pronunciar sobre esta demora da certificação do barco. Admite, no entanto, que todo este tempo sem actividade está a ter impacto nas finanças da empresa, que não factura, mas tem despesas diárias com a Enapor, salários dos funcionários e com o próprio navio. 

Publicidade

Mais incisiva, uma outra fonte ligada à empresa, acredita que todo este atraso visa tão-somente beneficiar a concorrência, sobretudo porque o navio Chiquinho precisa ir para os estaleiros navais da Cabnave. “O navio Chiquinho encontra-se em situação ilegal porque já deveria ter ido para a Cabnave. As autoridades deviam parar o navio porque está há muito tempo sem fazer uma inspecção. Entretanto, preferem manter esta embarcação em actividade, enquanto que o Nôs Mar d’Canal, que está com as inspecções aprovadas, continua parado e a acumular despesas”, enfatiza.  

O mais estranho, de acordo com esta nossa fonte, é que informam que estão a aguardar uma decisão do Conselho de Administração, sendo que nunca a questão da certificação de nenhum navio foi tratada ao mais alto nível. Cita, em jeito de exemplo, os navios Chiquinho e Tututa, cujos certificados foram emitidos por Miguel Fortes, Diretor de Serviço de Segurança do Instituto Marítimo Portuário.

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo