Por: Carlos Soulé
Estávamos nos finais de 2019 quando começamos a ouvir falar da Covid 19. Pensei eu com os meus botões, lá vem mais uma dose de especulação, tal como em épocas anteriores, a exemplo do H1N1, gripe das aves, etc.
No entanto, com o passar do tempo, começamos a ver aumentar o número de internamentos, entubações e as mortes começaram a surgir, sobretudo na terceira idade.
A coisa evoluiu de forma exponencial e começou a tocar pessoas bem próximas de todos nós. Soou o alarme e as pessoas tomaram consciência de que, afinal, poderia atingir qualquer um.
Mereceu a atenção de todo o mundo, em todas as suas classes, quer política, quer científica, e da população em geral. Vieram decisões importantes e impôs-se o confinamento obrigatório.
Fronteiras fechadas, aviões no chão e navios fundeados, a economia parou, …, mas o mundo, esse não morreu.
O Ocidente despertou para novas formas de vida e muitos tabus caíram. Passámos a usar a máscara cirúrgica (situação antes só vista na TV, pelos lados da China). Apareceram as plataformas teams, meet, etc., mais aperfeiçoadas, e o mundo aderiu à moda. Passamos a trabalhar a partir de casa, (vestidos convenientemente só na parte superior) e descobrimos que o que antes era de uma forma, poderia, afinal, ser feita de outra, bem diferente.
As crianças passaram a ter aulas a partir de casa, enfim, a Covid trouxe muitas coisas positivas também. Uma delas, e a que quero aqui chamar atenção, é que a classe científica e a humanidade em geral, provaram ser capazes de dar resposta útil, em tempo recorde.
A ciência, em tempo nunca antes visto, desenvolveu vacinas para travar a pandemia. Não obstante muitas controvérsias, em minha opinião, as vacinas provaram ser eficazes. Hoje, quem não está vacinado está mais exposto ao risco e muitos casos o têm provado.
A estatística está aí e basta analisar os dados. A propagação do vírus versus o número de mortes hoje é a prova direta em como a decisão tomada, quer pela OMS, quer pelos diferentes países, foi a acertada.
Se regressarmos ao período pré-vacina, vemos que o número de casos versus número de mortes é bem diferente de hoje, onde, para números elevadíssimos de casos, temos um número marginal de mortes. É então tempo de felicitar a ciência pelo sucesso alcançado – Parabéns!
É, também, tempo de felicitar os profissionais de saúde, aqueles que não tiveram medo e atacaram o vírus de frente, pela coragem e compromisso assumido para com a sua profissão – Juramento de Hipócrates. Uma boa parte destes profissionais, infelizmente, refugiou-se em casa, em nome da família. Para esses, fica a lição e a consciência de cada um.
É tempo também de felicitar de forma calorosa toda a população pela forma como a grande maioria aderiu aos confinamentos, travando de forma assertiva a propagação do vírus.
A Covid 19 provou-nos que quando nos unimos, chegamos lá. A situação ainda não acabou, mas unidos vamos lá. Isto foi uma vitória da humanidade. Há que reconhecê-lo e felicitá-lo.
Um bem-haja a todos os atores da Humanidade! Estamos todos de parabéns – Lição aprendida.
Nota: Este artigo é dedicado à minha excelsa esposa, médica especialista de Medicina Interna, pela forma como se dedicou de corpo e alma, de forma exemplar e incansável, na guerra contra o vírus. Diariamente, vê-la partir para o campo de batalha, fardada e protegida, com fatos, máscaras FFP2, viseira, etc., preocupada e precavendo em regressar sã e salva, para não contaminar a família, fez-me admirá-la e respeitá-la, ainda mais.
Enquanto muitos se esconderam, ela foi, para mim, um exemplo. Bem Haja, Dra.!
“Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros, é a única”.
(Albert Scweitzer)