Ligoc acata e concorda com decisão do Governo de proibir o Carnaval
O presidente da Liga dos Grupos Independente dos Oficiais do Carnaval (Ligoc), disse hoje, em declarações à Inforpress, que a liga “acata e concorda” com a decisão do Governo de proibir os preparativos e desfiles por razões de saúde pública. Segundo Marco Bento, este não é o momento para realizar Carnaval “dentro de uma pandemia”
Apesar das várias tentativas, mesmo antes do anuncio feito pelo Governo, não foi possível ao Mindelinsite falar com o presidente da Ligoc, Marco Bento, que entretanto hoje se disponibilizou a reagir, através da agência de noticias Inforpress. Nesta entrevista, este admitiu que os grupos de Carnaval de São Vicente, através da Ligoc, fizeram chegar algumas propostas ao Governo para se avançar com um desfile de forma segura, mas não foram aceites. “A Ligoc acata e concorda com a decisão do Governo”, reforçou Marco Bento.
Entre as propostas enviadas pela Ligoc, clarifica, figurava a de proibir as manifestações carnavalescas de rua e autorizar os desfiles em “sambódromo”, à semelhança do que se fez no Brasil. Mas, diz, em resposta, o Governo indicou que, por exemplo, a Rua de Lisboa, em São Vicente, ou a Avenida da Liberdade, na Cidade da Praia, não são sambódromos e que não haveria capacidade de controlo.
Relativamente a ideia avançada pelo ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, segundo a qual a verba de dez mil contos inscrita no Orçamento do Estado para o financiamento do Carnaval vai ser utilizada, ao longo do corrente ano, para financiar um conjunto de actividades dos grupos, como compras de materiais e formação, Bento disse que ela é “excepcional”, pois vai permitir que os grupos continuem a trabalhar até o próximo Carnaval, esperando que seja em 2023.
Adiantou ainda que a Ligoc já tem uma reunião de trabalho agendada com o ministro Abraão Vicente para os próximos dias para se discutir o destino a dar à verba reservada a São Vicente desse “bolo de dez mil contos”. “A prioridade número um da Ligoc é ajudar quem participa e, de certa forma, vive do Carnaval, seguindo a lista dos outros aspectos indicados pelo ministro para a utilização da verba”, frisou.
Esta proposta de Marco Bento chega no momento em que o artista Eurico Jorge lançou um desafio aos seus pares para não se calarem e cobrou a promessa feita pelo Ministro da Cultura e das Industrias Criativas de subsidiar os fazedores do Carnaval.