Netos invadidos por “nostalgia” e “alegria” na serenata para assinalar os 10 anos do falecimento de Cesária Évora
Os netos Adilson e Janete Évora confessaram ontem à noite ao Mindelinsite que a serenata realizada no centro da cidade do Mindelo em homenagem à avó Cesária Évora provocou-lhes um misto de nostalgia e de paz na alma. Segundo Janete, ouvir as pessoas entoando as músicas interpretadas pela diva dos pés descalços prova que a artista se foi, mas que a sua obra continua viva, o que a deixa feliz.
“Gosto da forma como S. Vicente quer manter viva a memória da minha avó e retribuir aquilo que ela fez pela nossa música. Senti isso nesta serenata e no concerto realizado na Praça Nova, que levou uma grande moldura humana. Havia uma energia muito positiva”, frisa Janete Évora, que se mostrou também satisfeita com o desenrolar do programa de actividades alusivas aos 10 anos do falecimento de Cise, e que ainda continua a decorrer.
Segundo Adilson Graça, a serenata é um momento dos mindelenses expressarem o sentimento que têm por Cesária Évora, uma espécie de procissão cujo ritmo é traçado pela própria cadência da Morna. “Este evento ficou nos hábitos da cidade do Mindelo e espero que esta homenagem continue para sempre”, augurou o jovem. Ele que tem saudade dos vários momentos vividos com a avó Cise, na ilha de S. Vicente.
Coisas simples, diz, como tomar o café da manhã, sentir aquele abraço que só as avós sabem dar, conversar e passear pelas ruas do Mindelo. Mas também quando a cantora regressava das turnés, após 3 ou 4 meses fora, com “mimos” para toda a gente. “Era uma imensa alegria quando ele chegava”, recorda Adilson Évora, que descreve Cesária como uma pessoa “espectacular, simples e amiga de todos”, uma mulher que tirava de si para dar aos outros.
Ontem à noite, dezenas de pessoas percorreram as artérias da cidade do Mindelo cantando as músicas mais emblemáticas gravadas por Cesária Évora para assinalar os dez anos do desaparecimento físico da cantora, falecida no dia 17 de dezembro.