O candidato Manuel Conceição convocou hoje a imprensa no Mindelo para pedir o adiamento das eleições ao presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), que estão agendadas para 4 de dezembro próximo. “Contche” alega que não estão reunidas as condições mínimas para a realização do pleito, alegando que cinco associações desportivas regionais estão em situação irregular, ou seja, fora do mandato.
De acordo com este antigo futebolista, em situação irregular estão as associações regionais de São Vicente, Santiago Sul, Fogo, Brava e do Porto Novo. “Entendemos que, não estando em conformidade, estas cinco associações para poderem votar, deve-se alterar a data para se poder fazer uma eleição na FCF com transparência e como manda o figurino regulamentar e estatutário”, refere Contche, que estranha ainda o facto de o actual presidente não ter anunciado até agora a sua candidatura, apesar de, à priori, ter solicitado subscrições às associações desportivas regionais.
Para este antigo internacional cabo-verdiano, trata-se de uma estratégia bem desenhada para eliminar potenciais adversários. “Pelas informações que tenho, Mário Semedo pediu subscrições a pelo menos nove das 11 associações desportivas. Tudo isso para que haja uma única lista ou no máximo duas, sendo que uma delas não teria a mínima hipótese, abusando claramente do artigo 15 do Código Eleitoral da FCF”, acusa este candidato.
Apesar de admitir que os votos são secretos, Contche alega que este é, sempre, um jogo de cartas “marcadas” porque neste momento o mundo desportivo está comprometido, desde a arbitragem, treinadores, pessoas da sociedade civil e a própria comunicação social. “São pessoas que devem favores ao actual presidente da FCF porque colocou à frente das associações pessoas da sua confiança, visando a sua permanência vitalícia. Isso precisa ser mudado.”
Para isso, este evoca o artigo número 6 do mesmo Código Eleitoral que, afirma, defende a Igualdade de oportunidade das candidaturas. Diz o artigo que todos os candidatos têm direito ao mesmo tratamento por parte dos órgãos da federação e das associações regionais por forma a efetuarem livremente e nas melhores condições a sua campanha eleitoral. Só que, segundo essa fonte, isso não tem acontecido.
Contche faz ainda uma série de acusações, citando como exemplo paradigmático o “Caso Tunísia”, em que Cabo Verde foi arredado do Mundial de 2016 por utilização indevida do jogador Varela, para concluir que Mário Semedo é a pessoa “incerta” para estar à frente da Federação Cabo-verdiana de Futebol.
Entretanto, caso se mantiver a data agendada, Contche deixa claro que não vai avançar com a candidatura porque não pode coadunar com “ilegalidade, falta de legitimidade e com subterfúgios em relação à Federação”.