Cabo Verde derrotou esta tarde a República Centro Africana por 2 bolas a 1 no Estádio Adérito Sena, mas o resultado foi considerado um roubo pelo treinador Raoul Savoy. No contacto com a imprensa, o técnico da RCA abriu o verbo e atacou a equipa de arbitragem. Segundo Savoy, o juiz da partida tornou-se no décimo-segundo jogador dos “tubarões-azuis” e decidiu validar o segundo golo, que, para ele, nunca existiu.
“No segundo tempo o árbitro decidiu vestir a camisola de Cabo Verde e validou um golo inexistente. Para nós, o jogo deveria terminar com um empate a uma bola, com a consequente divisão de pontos”, concluiu o técnico, que assumiu o comando da RCA em agosto deste ano. Segundo Savoy, no mundo do futebol existem os “poderosos” e os “pobres”, a RCA foi colocada no segundo grupo e saiu do embate com uma derrota. Questionado se considera Cabo Verde um dos “poderosos” do futebol africano, negou responder directamente a questão. “Só digo que o árbitro validou um golo que não existiu e isto é um roubo!”, exclamou.
“Vitória merecida”
Confrontado com os comentários do técnico da equipa adversária, Bubista disse respeitar a opinião de Savoy, mas fez notar que Cabo Verde não é seguramente um dos “poderosos” no mundo futebolístico. Aliás, lembra que teve também motivos para criticar o desempenho da arbitragem no jogo da primeira-mão entre as duas seleções e que terminou com um empate.
“Com o devido respeito pela sua opinião Cabo Verde teve uma vitória merecida. Houve neste jogo um penalti a nosso favor, que não foi marcado. Mas nós aconselhamos sempre os nossos atletas a respeitarem a arbitragem, até porque os árbitros são uma autoridade dentro do campo”, reagiu o técnico cabo-verdiano, que deu os parabéns aos jogadores pelo desempenho dentro das quatro linhas.
Bubista destaca a reação da equipa ainda no primeiro tempo, após o golo da RCA – marcado ao minuto 10, exactamente quando o público estava a dar uma salva de palma em homenagem ao falecido futebolista Dukinha –, resposta que viria a ser concretizada em dois golos no segundo período, por intermédio de Júlio Tavares e Stopira.
Resolvido este desafio, Bubista já só pensa no próximo embate, um jogo decisivo de apuramento para a fase dos play-off no reduto da Nigéria, equipa líder do grupo C, daqui a apenas três dias. Cabo Verde, conforme o técnico, vai respeitar o valor e a grandeza da Nigéria, seleção que já esteve algumas vezes na Copa do Mundo, mas o objectivo, diz, será claramente derrotar a formação adversária. Até porque só a vitória importa aos “tubarões-azuis” nessa partida, que tem selo de final da fase de grupos.
Ciente disso, o capitão Marco Soares deixou claro que Cabo Verde entra em todas as partidas para ganhar, quanto mais num jogo que vai decidir se a seleção continua a sonhar com o apuramento para o mundial Qatar-2022.