Pub.
Mundo

Calor extremo: Subida de 2ºC na temperatura mundial afectará mil milhões de pessoas em todo Globo

Pub.

Uma subida de 2 graus Celsius na temperatura mundial até ao final do século deixará mil milhões de pessoas em todo o Globo sujeitos a uma “combinação fatal de calor e humidade” potencialmente perigosa para a vida. O alerta é de um estudo do Gabinete Meteorológico Britânico apresentado esta ontem na Cimeira do Clima de Glasgow.

“O número de pessoas em regiões do Mundo afetadas pelo stress por calor extremo, uma combinação potencialmente fatal de calor e humidade, poderá aumentar quase 15 vezes [em relação aos números atuais – 68 milhões de pessoas] se a temperatura mundial alcançar os 2 graus Celsius”, pontua.

Publicidade

O estudo traça ainda um cenário mais negro se a temperatura mundial subisse até 4 graus Celsius relativamente aos níveis prévios à Revolução Industrial: nesse caso, “quase metade da população mundial” ficaria exposta ao calor extremo e aos fenómenos a ele associados – secas, cheias, aumento dos níveis do mar, ondas de calor e tempestades devastadoras.

O Acordo do Clima de Paris, de 2015, visa limitar a subida da temperatura global a valores entre os 1,5º C – considerado o mais seguro – e os 2º C até ao final deste século. Para isso, os países precisam de reduzir as emissões de gases poluentes que provocam o aquecimento global, principalmente os gerados pela queima de combustíveis fósseis como o carvão.

Publicidade

O grande objetivo é garantir ‘emissões zero’ até 2050 mas, para isso, é imperativo que sejam tomadas medidas já até ao final da corrente década – os chamados compromissos a curto prazo -, o que não está a acontecer. Mas um relatório divulgado ontem indica que, mesmo com os compromissos já alcançados em Glasgow, as temperaturas irão subir 2,4° C até ao final do século, levando os cientistas a alertar que de nada serve ter planos de redução de emissões até meio da década se nada for feito já até 2030.

A União Europeia anunciou em Glasgow que irá contribuir com 100 milhões de euros para o fundo de adaptação da ONU, que visa ajudar os países menos desenvolvidos e mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas. Mais de 50 países comprometeram-se também a reduzir as emissões poluentes dos seus sistemas de saúde. O director geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, salientou que a crise climática “está diretamente ligada à saúde mundial”.

Publicidade

C/CM

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo