Representantes de 11 empresas pré-qualificadas de um concurso público para a construção de um parque solar de 5 megawatts de potência em S. Vicente iniciam hoje pelas nove horas uma visita ao terreno onde essa infraestrutura será construída. A área fica situada perto do desvio para a zona da Salamansa, tem cerca de oito hectares e, segundo o Director de Serviço de Energia, este procedimento irá permitir às concorrentes obterem dados importantes sobre as características do lote para formalizarem a proposta técnica e financeira.
Lançado em 2019, o concurso abrange a instalação de dois parques solares em S. Vicente e no Sal, tendo sido suspenso devido a pandemia da Covid-19. Cada um terá 5 megawatts de potência nominal, isto é, a quantidade de energia que a ser lançada na rede de distribuição de electricidade para venda pública. Das onze empresas pré-qualificadas para a construção dos parques nas duas ilhas, a maioria é de capital estrangeiro.
“Pode haver a possibilidade de uma mesma empresa ganhar o concurso nas duas ilhas”, admite o Eng. Ariel Assunção, adiantando que as empresas já efectuaram a visita ao terreno no Sal e que o contrato terá vigência de 25 anos.
A expectativa é que esses parques venham diminuir o recurso à energia fóssil e permitir que Cabo Verde alcance em 2025 a meta de 30% de energia renovável usada a nível nacional e atinja mais de 50% em 2030. Segundo Ariel Assunção, desde 2018 que o Governo tem mantido o foco no reforço das energias renováveis, tendo lançado até agora 4 concursos, que permitiram a construção de parques em Santiago e na Boa Vista. Outros concursos estão previstos para 2022, acrescenta.
A contribuição nacional das energias renováveis situa-se neste momento à volta de 18 por cento, o que, para Ariel Assunção, já é um bom contributo para a redução do uso do petróleo, com os seus efeitos ambientais e financeiro, derivado da subida quase que constante do preço do seu preço no mercado internacional.
Questionado sobre o funcionamento dos parques eólicos da Electra em S. Vicente, Assunção garante que estão operacionais. As turbinas, adianta, foram alvo de manutenção e injectam energia na rede da Electra quando faz vento.
