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Travessia do Atlantico Sul
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Ildo Rocha apresenta projecto “Cabo Verde – Travessia 100” à Presidência de PT: Assinalar centenário da viagem de G. Coutinho e S. Cabral

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 O investigador Ildo Rocha apresentou à Presidência da República portuguesa o projecto “Cabo Verde – Travessia 100”, que visa comemorar o centenário da viagem aérea efectuada por Gago Coutinho e Sacadura Cabral num hidroavião e que passou pelas ilhas de Cabo Verde rumo ao Brasil. Nesse encontro, diz o promotor da iniciativa, o presidente da Associação Lusitânia 100, João Ferreira, apresentou as linhas gerais do projecto de divulgação dos cem anos dessa proeza alcançada pelos pilotos portugueses em 1922.  

O programa comemorativo dessa efeméride começou a ser celebrado no início deste ano na cidade do Mindelo, com a colocação de um ramo de flores no monumento que assinala o local onde o hidroavião usado pelos navegadores fez a amaragem, na baía do Porto Grande. A cerimónia foi testemunhada por representantes de diversas instituições sediadas em S. Vicente, nomeadamente o então Ministério da Economia Marítima, a Universidade Técnica do Atlântico, o Centro Cultural do Mindelo, Comando da 1ª Região Militar, de entre outros.

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Na altura, o engenheiro Carlos Monteiro, ponto focal do projecto na ilha do Porto Grande, fez um breve historial dessa turbulenta e ousada travessia, que começou em Lisboa no dia 30 de março, passou por Las Palmas, Gando, S. Vicente e Santiago (Cabo Verde), Penedos, Fernando de Noronha, Recife, Salvador da Bahia, Porto Seguro, Vitória e Rio de Janeiro (Brasil). “Fizeram esta travessia num hidroavião com o cockpit aberto. Fizeram os cálculos dos ventos, já antevendo as adversidades enormes. Percorreram uma distância de 8.346 quilómetros, dos quais 3.487 só no Brasil, a uma velocidade média de 134 quilómetros por hora”, revelou.  

Acrescenta-se que essa primeira travessia do Atlântico Sul começou com o hidroavião Lusitania, que se avariou, e a viagem concluída com o hidroavião Santa Cruz.

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Depois de S. Vicente, foi realizada no mês de março em Portugal uma cerimónia evocativa da partida dos navegadores junto ao monumento nas margens do Rio Tejo, com a presença de membros da Direção do Instituto Bartolomeu Gusmão – presentes Luís Barbosa, Engenheiro, Brandão Ferreira, Tenente Coronel, o historiador Henrique Mateus, todos militares na reserva conhecedores profundos da história da Marinha e Aeronáutica Naval portuguesa.

Segundo Ildo Rocha, o projecto tem estado a fluir, graças a colaboração da Embaixada de Cabo Verde em Portugal, do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Tavares, mas também devido ao envolvimento institucional da UniCV e agora com o reforço do Ministério das Comunidades e do Secretário Adjunto do Primeiro-ministro de Cabo Verde.

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No âmbito do Centenário, acrescenta-se, estão a ser implementados três projectos distintos, mas complementares. Em Portugal, é operacionalizado pela Associação Lusitânia 100, liderado por João Moura Ferreira, e no Brasil, a “Santa 100”, está sob a responsabilidade do professor universitário Ricardo Magalhães.

A organização está também a contar com a parceria da imprensa pública e privada de Portugal e de Cabo Verde na divulgação das notícias sobre esse marco.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.
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