As autoridades do Haiti anunciaram na noite deste domingo a prisão de um dos supostos mandantes do assassinato do presidente Jovenel Moïse, no último dia 7. O homem, um médico haitiano que mora na Flórida, Christian Emmanuel Sanon, estaria planejando se tornar presidente do país caribenho, sugeriu o diretor da Polícia Nacional, León Charles, em declarações à imprensa.
Sanon, de 63 anos, é a terceira pessoa detida que tem elos com os Estados Unidos. Não está claro, contudo, se seria cidadão americano como os outros dois. Entre os detidos, há ainda 18 cidadãos colombianos, em sua maioria ex-militares.
Em declarações na noite deste domingo, Charles disse crer que o médico teve um papel central na morte de Moïse, cujo assassinato a tiros dentro da residência oficial acentuou uma crise política de meses e criou um vácuo de poder no país.
“Quando [a polícia] bloqueou o avanço dos bandidos, a primeira pessoa que chamaram foi Emmanuel Sanon“, disse Charles, afirmando que a polícia também investiga outros dois supostos autores intelectuais do magnicídio, que estariam em contato com Sanon, mas não divulgou suas identidades.
Segundo o policial, Sanon contatou uma firma de segurança privada para recrutar pessoas que “realizassem este acto”. A companhia, ele disse, seria a CTU, uma firma venezuelana, mas sediada nos Estados Unidos.
O médico teria desembarcado no Haiti em junho em avião particular, com “objetivos políticos” e acompanhado de mercenários colombianos supostamente contratados para garantir sua segurança. Posteriormente, a “missão mudou” e um dos colombianos teria apresentado uma ordem de prisão contra o presidente do Haiti. A missão inicial dada aos criminosos era proteger Emmanuel Sanon, mas em seguida ela mudou, segundo Charles, sugerindo que o objetivo do médico seria se tornar presidente.
C/Globo.com