Os mindelenses queixam-se da falta de milho no mercado, sobretudo nas últimas duas semanas, informação confirmada numa breve ronda por algumas lojas e supermercados de São Vicente e também pelas empresas importadoras, a Companhia de Investimentos de Cereais (CIC) e a Moave. Esta última garante que um carregamento do cereal deverá chegar a Cabo Verde amanhã, após um atraso de duas semanas no porto de Dacar, no Senegal.
Se na SIC não há milho à venda, na Moave o pouco em stock destina-se aos clientes habituais, segundo conseguimos apurar junto de algumas fontes. “Temos pouca quantidade, por isso estamos a priorizar os clientes habituais, sobretudo os criadores para podermos manter a sua fidelidade”, revelaram, ao serem abordados por Mindelinsite.
A directora-geral da Moave, Vera da Luz, tranquiliza os consumidores, dizendo que a empresa receberá amanhã um carregamento de milho adquirido na Argentina. Esta admite, no entanto, alguma dificuldade na aquisição deste cereal nos tradicionais pontos de importação internacionais. “Temos tido dificuldades na compra do milho e do trigo no mercado internacional devido a pequenos atrasos. Esta é uma situação que se arrasta desde o início da pandemia da Covid-19.”
Em alguns casos, prossegue Vera da Luz, os atrasos são maiores do que o habitual. Há casos ainda em que se deparam com uma redução significativa da oferta. “Em alguns casos, este atraso tem a ver com a redução da produção. Desta vez, por exemplo, tivemos um atraso de duas semanas, que teve a ver não com a compra na Argentina, mas sim com congestionamento de navios no porto de Dacar, no Senegal”, revela.
De acordo com a DG da Moave, o milho foi comprado na Argentina, mas o seu primeiro porto de descarga era em Dacar, Senegal. Infelizmente deparou-se com um grande congestionamento naquele país africano. “A Moave adquiriu cinco mil toneladas de milho para abastecer o mercado nacional. O milho vai ser desembarcado nos portos de S. Vicente e da Praia. Esta quantidade cobre o consumo por um período de três meses e meio. Mas o próximo carregamento já está alocado, pelo que não haverá ruptura”, tranquiliza Vera da Luz.