Ulisses Correia e Silva descartou hoje a possibilidade de o Governo propor ao Presidente da República a declaração do estado de emergência em Cabo Verde e voltou a salientar que não há nenhuma evidência entre o aumento exponencial de contaminados com o vírus da Covid e as campanhas para as Legislativas. Segundo o Primeiro-ministro, já antes das ações de caça ao voto havia uma tendência para o crescimento da taxa de infeção da Covid-19 nas ilhas, à semelhança daquilo que tem vindo a acontecer noutros países.
“É claro que é difícil conter e evitar aglomerações nas campanhas, mas nós temos a responsabilidade de governar o país; não podemos ficar condicionados ao que aconteceu na campanha, a responsabilidade primeira é com a saúde e a vida. E não se pode fazer leituras lineares, pois não há nenhuma evidência de que o aumento de casos se deve neste momento às campanhas”, salientou Correia e Silva à saída da reunião do Gabinete de Crise na cidade da Praia.
Neste encontrou ficou decidido que não haverá o estado de emergência em Cabo Verde pelas implicações económicas e sociais que acarreta, como o encerramento de serviços. Em vez disso, explicou, será reforçada a comunicação e a fiscalização sobre o uso obrigatório de máscara e um maior apelo à consciência colectiva no combate à doença. “Não há político versus cidadão em guerra por causa da Covid”, fez questão de frisar. Segundo Ulisses Correia e Silva, o Governo vai tentar aumentar o stock de vacinas, o “instrumento mais poderoso e mais eficaz” contra a Covid-19.
A bola agora está agora no campo do Ministério da Administração Interna, que deve orientar amanhã um encontro e dar directivas mais específicas para a Policia Nacional, a Direção-Geral da Saúde, a IGAE e a Proteção Civil sobre as operações de controlo e fiscalização no âmbito do combate à propagação do novo coronavírus.