O enfermeiro Celso Dias Neves procurou o Mindelinsite para denunciar uma situação que, diz, se arrasta há vários meses, sem que se vislumbre uma decisão. Este conta que, em tempos idos, os enfermeiros recebiam os seus salários através do Hospital Dr. Baptista de Sousa. No seu caso, descontava uma parte para pagar o crédito à habitação, que por meses deixou de ser repassado ao banco. Por conta do incumprimento foi chamado pela instituição financeira para normalizar os pagamentos, mas não foi ressarcido pelo HBS. Confrontada, a direção do HBS limita-se a informar que “estão a averiguar o assunto”.
Para este técnico de saúde, esta é uma contenda de fácil solução porque fez os descontos devidos, mas estes nunca entraram na sua conta bancária. Aliás, uma situação que confirmou in loco quando foi chamado ao banco. “Mensalmente o hospital deveria transferir para o banco 15.020 escudos, mas os descontos não entraram na conta. Entretanto, tive um contencioso com o hospital e fui despedido. Fui então aconselhado a aguardar. Na altura falei com um administrador do hospital, hoje na reforma, que confirmou que, de facto, alguns meses do meu salário não tinham sido repassados ao banco”, denuncia Celso, sem, no entanto, precisar os motivos para estar retenção.
“Na altura, o administrador do HBS, sr. Cohen, disse-me para ficar tranquilo porque a minha folha mostrava que não tinham sido feitos os pagamentos pelo que a instituição teria de fazer a devolução, o que nunca aconteceu”, indica o entrevistado do Mindelinsite, que revela ter feito uma exposição para a actual direção do hospital, com conhecimento do Ministério da Saúde, mas ainda continua à espera de uma resposta. “Por causa da demora fiz uma segunda exposição, solicitando agora uma resposta escrita, também ainda sem resposta. Solicitei uma audiência e estou a aguardar”, acrescenta.
Inconformado, Celso Neves explica que se dirigiu à secretaria do hospital e pediu o contacto da Presidente do Conselho de Administração. Telefonou, mas o móvel foi atendido por uma pessoa que não se identificou. Este prometeu, no entanto, retornar a ligação, o que ainda não aconteceu, decorridos mais de uma semana. “Penso que, se quiserem de facto resolver este problema, basta procurar o banco e se inteirar dos meses em que não foram feitas as transferências. Quero que esta situação seja resolvida em definitivo porque sou o único lesado nesta história”, desabafa.
É que, sob o risco de perder a sua casa, Celso Dias Neves optou por liquidar a factura com o banco e aguardar a reposição do montante por parte do hospital. “Acabei por liquidar a totalidade da dívida. O problema é que o administrador com quem vinha tratando o assunto foi para a reforma e alega que já não tem nada a ver com o assunto. A questão é que quero o meu dinheiro na minha conta. E agora exijo o pagamento de juros de mora. É só por isso que estou a lutar. Neste momento estou a fazer démarches para a minha reforma e não quero nenhum assunto pendente”, completa.
Instado a reagir a esta denúncia feita por este antigo colaborador, a PCA do Hospital Dr. Baptista de Sousa diz apenas que “estão a averiguar o assunto”.