Miguel Monteiro é o novo presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde
O deputado Miguel Monteiro, que anunciou na sua página com “total despreendimento” que não integra as listas do MpD às legislativas de 18 de abril, afinal já tinha um cargo “mais apetitoso” de reserva, o de presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde. Este vai ser coadjuvado nestas novas funções pelos administradores executivos Márcia Teixeira e Edney Cabral, tendo como administrador suplente Gilson de Pina.
A escolha de Miguel Monteiro para substituir Manuel Lima foi feito meio que à socapa, isto é, sem dar conhecimento a comunicação social, que diariamente é “inundado” de notas e comunicados emitidos pelo Gabinete de Imagem do Governo. Também contraria a publicação feita na semana passada pelo ainda deputado no Facebook em que este mostrava “algum cansaço” com a política activa, depois de 13 anos ininterrupto que começou com a presidência da Juventude do Movimento para Democracia (JPD).
E Miguel Monteiro tem motivos para agradecer aos seus pares do MpD – Ulisses Correia e Silva, Jorge Santos e Carlos Veiga, como fez questão de escrever na sua publicação, tendo em conta que troca o “pequeno salário” de deputado por outro na ordem 550 mil escudos, conforme a resolução que fixa a remuneração do Presidente do Conselho de Administração da BVC.
Felizmente para Monteiro, a capitalização da Bolsa de Valores de Cabo Verde tem vindo a aumentar por conta da emissão de Títulos de Tesouro, que já representam 86% da capitalização bolsista global. Esta capitalização, refira-se, corresponde a cerca de 41% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, sem considerar ainda o impacto da pandemia da Covid-19, segundo uma reportagem recente publicada pela agencia Lusa.
Sem colocar em causa a sua competência, esta nomeação às vésperas destas eleições gerais configura-se claramente mais um caso de “job for the boys”.