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Vereadores da UCID “travados” à porta da CMSV

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Os três vereadores eleitos da União Cabo-verdiana  Independente e Democrática, que pretendiam visitar e apresentar-se aos serviços da Câmara Municipal de São Vicente esta terça-feira, 15, foram travados à porta do Paços do Concelho, alegadamente devido a chegada tardia do pedido de autorização. Para o presidente da UCID e vereador, António Monteiro, tratou-se de uma “mera desculpa” porque, afirma, esta foi a terceira nota enviada pelos autarcas democratas-cristão à CMSV sem resposta. 

Em declarações à imprensa à entrada da CMSV, Monteiro explicou que o pedido de visita foi enviado ontem por volta do meio-dia, com a indicação de que esta deveria acontecer a partir das 9h de hoje e de amanhã. O propósito era visitar e apresentar-se aos serviços e inteirar-se das obras em curso no município. Mas, à chegada aos Paços dos Concelho, foram informados de que não seria possível fazer a visita porque não houve despacho por parte do presidente. “Fomos informados que a nota chegou ao gabinete do presidente por volta das 16 horas de ontem, pelo que ainda não teve despacho. Mas entendemos que tudo isso é uma mera desculpa porque é a terceira nota enviada pelos vereadores da UCID sem resposta”, desabafou.

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Na nota primeira, diz, solicitaram uma sala para proferir uma conferência de imprensa, na segunda pediram as gravações da reunião camarária e agora o pedido de visita, todos ignorados. “Começa a ser moda e mostra que não há vontade em trabalhar com os vereadores da UCID de forma a podermos dar um contributo que consideramos valioso para o desenvolvimento do nosso município. Vamos ficar à espera que haja uma reacção da presidência da CMSV para nos dizerem quando e como podemos fazer a visita aos serviços camarários e inteirar dos projectos,” refere António Monteiro. Este deixa claro que, na qualidade de vereador, podia visitar a CMSV como qualquer um dos seus pares, mas prefere aguardar uma autorização do presidente, para depois reagendar uma nova deslocação. 

Nega aos pelouros 

Instado se mantém a decisão de recusar os pelouros atribuídos pelo presidente Augusto Neves à UCID, Monteiro afirma que, enquanto o processo não for discutido e revisto, não haverá recuo. “A UCID não aceita imposição. Por outro lado, achamos que os pelouros que nos foram atribuídos foram feitos como um manto de retalho sem qualquer conexão lógica. Enquanto não houver uma concertação não vamos aceitar os pelouros. Eu, pessoalmente, não vou. Mas outros vereadores da UCID, meus colegas, estarão a dar todo o seu contributo para São Vicente .”

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Já quando questionado como fica a aprovação do Orçamento e Plano de Actividades, tendo em conta este impasse, limita a dizer que a CMSV e o presidente não estão minimamente preocupados com isso. Isto porque, se estivessem, diz, já teriam chamado os seus pares para tentarem um acordo. “Não há vontade do presidente de ter um orçamento e nem de querer dar informações necessárias aos vereadores. Fica no ar a falta de disponibilidade em manter uma Câmara saudável e a funcionar até às autárquicas de 2024. Provavelmente ele terá outros interesses em fazer a CMSV cair.”

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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