A jovem mindelense Lara Amado criou a marca de pensos higiénicos reutilizáveis “Nha Pombinha” durante a quarentena e seus produtos já começam a conquistar o mercado nacional e além fronteiras. A ideia desta jovem é transformar a empresa “Nha Pombinha” na maior marca de produtos reutilizáveis de Cabo Verde para colmatar as necessidades das mulheres em relação à saúde íntima, segurança e conforto. Além disso promover a sustentabilidade tanto para o ambiente como para o bolso das clientes.
Ainda, pretende colmatar a carência deste item, que sofre rotura de stock em algumas épocas do ano, e resgatar uma prática amiga da natureza e segura. “Há países cujos governos gastam bilhões para remover plásticos, entre eles os pensos higiénicos descartáveis, das tubulações de esgoto e mesmo assim não conseguem evitar que alguma parte vá parar ao mar. E isso é prejudicial para as espécies marinhas que ficam sujeitas a consumir estes detritos”, explica Lara.
Apesar de em Cabo Verde não se encontrar estudos sobre o impacto destes detritos para o ambiente, Lara acredita que a tendência não foge à realidade mundial. Recentemente apresentou seu projeto a um grupo de mulheres para ver a aceitação ao “Nha Pombinha”. As suas vendas aumentaram e as clientes têm sido de Santo Antão, São Vicente, Sal, Santiago e outras que levaram os absorventes além fronteiras.
Além de amigo da natureza, a jovem queria um penso que resgatasse a tradição antiga de usar absorventes reutilizáveis, resistentes e que evitassem alergias provocados por determinados materiais dos descartáveis. “Hoje em dia a utilização de absorventes reutilizáveis é uma tendência no mundo. Já há tecidos impermeáveis que permitem com que se use absortentes com a maior segurança e conforto”, expõe Lara, que é formada em auditoria financeira.
De março a outubro foi uma fase de experiência, em que produzia absorventes para si e para amigas, até conseguir a qualidade pretendida. Desde outubro até agora produziu mais de 200 absorventes, sendo que mais de metade deste número foi feito em casa. Entretanto contou ainda com a colaboração de mulheres na Organização das Mulheres de Cabo Verde, em São Vicente, para produzir a outra metade. Assegura, no entanto, que os pedidos são tantos que neste momento a sua empresa encontra-se quase que em rotura de stock.
A conquista não tem sido só de cabo-verdianas pois neste projeto conta com a parceria da empresa portuguesa Turn on Success . Tendo em conta as suas ambições e valores que defende, Lara quer assim transformar “Nha Pombinha” numa referência nacional.
Sidneia Newton