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Jovem com traumatismo craniano diz-se vítima de desrespeito por parte de um profissional de saúde

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Ineida Lopes procurou o Mindelinsite para denunciar um caso de “desrespeito” por parte de uma profissional de Saúde, que acusa ainda de ameaça de bloqueio de um TAC urgente requisitado por um colega, por causa de um traumatismo craniano. A revolta desta jovem, contacto de uma criança de 11 anos que veio de S. Antão e que foi diagnosticada com Covid-19, prende-se sobretudo com a alegada declaração da médica, que terá afirmado que, se “fosse para morrer, já estaria morta”, pelo que a prioridade seria fazer o teste PCR em detrimento de qualquer outro exame. 

Ineida conta que esteve em gozo de férias na ilha de S. Antão. Regressou no dia 15 de Setembro, data que teve contacto com a criança no terminal de cabotagem do Porto Novo, sendo que ambos estavam com máscaras. Voltou a trabalhar num mini-mercado de S. Vicente uma semana depois e, no dia seguinte, 23, sofreu um acidente de trabalho que resultou numa fractura craniana. Desde então vem sofrendo de cefaleias intensas. Entretanto, a criança foi diagnosticada com Covid-19 e, de imediato, a Delegacia de Saúde de S. Vicente iniciou uma investigação aos prováveis contactos.

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“Cerca de duas semanas depois do encontro com a criança no terminal de passageiros do Porto Novo, recebi uma ligação da DS de S. Vicente informando-me que deveria fazer quarentena domiciliar e um teste PCR no Centro de Estágio. Lá, recusaram fazer-me o teste PCR, alegando que só depois de um teste rápido positivo ou inconclusivo é que poderiam fazer este outro exame. Como o meu teste rápido foi negativo fui dispensada, com a recomendação para continuar a quarentena”, relata Ineida Lopes. 

Por conta de dores de cabeça intensas, no domingo, 27, resolveu deslocar-se ao Banco de Urgência do HBS. Antes falou com a médica da DS, que lhe ordenou que ficasse em casa mas, perante a insistência da mesma que queixava de fortes dores de cabeça, aconselhou-a a informar os serviços de urgência do hospital que era contacto de um caso Covid-19. “Mesmo sem ter qualquer tipo de sintomas de infecção pelo novo coronavírus, não obstante ser alérgica, informei o médico que me atendeu no BU que era contacto de um caso positivo, mas que o meu teste rápido foi negativo. Este solicitou um TAC urgente, que deveria realizar em 48 horas, ou seja, no dia 29”, descreve. 

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Antes de realizar a TAC, recebeu uma ligação da Delegacia de Saúde de S. Vicente, pedindo-lhe para retornar ao hospital para fazer o PCR. Ineida conta que recusou, alegando que estava com muitas dores e primeiro iria fazer a TAC. “A médica que me telefonou ficou chateada e disse que a TAC não era prioridade neste momento, até porque, se fosse para morrer, eu já estaria morta. Ela ameaçou ainda mandar cancelar a TAC caso não fizesse o PCR. Esta quarta-feira fiz o exame para detectar se fui contaminada com Sars-Cov-2. Falei com os técnicos no Centro de Estágio sobre a declaração da médica e fui encaminhada para um psicólogo, que me pediu para relevar porque, possivelmente, está estava num dia mau”, pontua. 

Ineida mostra-se ainda preocupada com a demora na divulgação do exame, tendo em conta que, afirma, está trancada em casa e ainda não fez a TAC. Enquanto isso, as dores são cada vez mais intensas. “Até quando vou ficar em casa a sofrer, sabendo que a criança, apesar de positiva, já fez uma cirurgia?”, interroga. 

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O Mindelinsite procurou a direcção do HBS, através do Gabinete de Imagem, para reagir às acusações de Ineida, mas, até a publicação do texto, não teve qualquer feed back, pelo que promete retornar ao assunto, se o hospital entender prestar os devidos esclarecimentos.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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