A Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV) estima ter movimentado 7.200 passageiros em Setembro, um registo 72,5% inferior ao mesmo mês de 2019. A companhia admite, entretanto, que a recuperação da procura de voos domésticos aos níveis anteriores vai depender da retoma das ligações aéreas internacionais regulares.
Em nota, a transportadora aérea explica que, depois de mais de três meses e meio de ligações internas suspensas por decisão das autoridades para conter a progressão da pandemia da Covid-19, retomou a 15 de Julho os voos domésticos, registando-se um crescimento progressivo no número de passageiros transportados. Contudo, o movimento de passageiros permanece muito abaixo dos níveis anteriores à pandemia devido a suspensão, ainda em vigor, das ligações aéreas internacionais regulares, desde a segunda quinzena de março, com um peso significativo na operação da companhia, que assegura depois as conexões internas entre as várias ilhas.
“Em 2019, cerca de 40% dos passageiros que se apresentaram ao ‘check-in’ nos voos domésticos que operamos utilizaram o passaporte como documento de identificação. É óbvio que nem todos serão passageiros oriundos do exterior, mas já dá uma ideia da importância da abertura a voos internacionais para todos, não apenas para a TICV”, esclareceu Luis Quinta, Diretor Geral da companhia.
A companhia, que há um ano assinalou o milhão de passageiros transportados no país, movimentou 6.800 clientes em Agosto (43.900 passageiros em Agosto de 2019) e 7.200 passageiros em setembro (26.200 em Setembro de 2019), pelo que, sem a retoma das ligações internacionais regulares, nomeadamente com o regresso dos turistas, ainda não será em Outubro que as viagens domésticas poderão crescer.
“A continuar assim, temos sérias dúvidas que em Outubro se ultrapasse a barreira dos 10.000 passageiros. Na nossa óptica é de absoluta e vital importância a abertura oficial ao exterior, com a consequente chegada e movimento de mais passageiros”, assumiu Luis Quinta, destacando que, desde 01 de agosto, está em vigor um corredor aéreo para voos essenciais entre Lisboa e as ilhas de Santiago e S. Vicente.
“Estamos a ligar os passageiros que chegam com a TAP à Praia e São Vicente às outras ilhas, e nas duas últimas semanas os passageiros que chegam com a SATA de Boston, via Ponta Delgada, à Praia, ligando às ilhas do Fogo e de São Vicente. Esperamos que estas companhias reforcem a sua oferta e que outras companhias as sigam o mais breve possível”, explicou.
Medidas de segurança
A TICV garante que está a cumprir todas as medidas de segurança definidas pelas autoridades nos voos domésticos. Neste sentido, reforça o apelo à necessidade de quem viajar já ter o formulário sanitário preenchido antes da chegada ao aeroporto, para evitar atrasos.
O uso de máscara em todas as áreas dos aeroportos, o controle sanitário à entrada dos aeroportos, o distanciamento social assim como higienização e etiqueta respiratória têm sido cumpridos na íntegra por todo o staff envolvido nas operações da TICV, assim como por todos os passageiros, garante a empresa.
Antes da suspensão dos voos, as ligações aéreas de passageiros para sete ilhas do arquipélago eram garantidas pela TICV com nove diferentes rotas operadas por três ATR-72 500, com capacidade para 72 passageiros, operação que tem sido progressivamente recuperada desde 15 de Julho.