A UCID convocou hoje a imprensa no Mindelo para, uma vez mais, exigir ao Ministro das Finanças a divulgar do relatório de inspecção à gestão da Câmara de S. Vicente antes do dia 25 de outubro para que os munícipes possam saber quem é quem nesta luta por uma melhor gestão da CMSV. António Monteiro denunciou ainda a contratação de pessoas, alegadamente para trabalhar nos serviços de Saneamento e Espaço Verde, às expensas do município, que estão em campanha nos bairros para Augusto Neves. “Vamos ser consequente e apresentar queixa na CNE e na Policia Judiciaria”.
O líder da UCID considera uma “vergonha” a não publicação do relatório da inspecção feita a CMSV há mais de 15 meses, sobretudo tendo em conta informações em termos de gestão que tem na sua posse e que são de extrema gravidade. “Por diversas vezes a UCID já solicitou a divulgação deste relatório. Infelizmente, até hoje e estamos sensivelmente há um mês das eleições, desconhece-se os resultados da inspecção à gestão da CMSV que, a nosso ver, é pantanosa. Aquilo que se passa na Câmara de S. Vicente é tão grave que a culpa não pode morrer solteira. Os cidadãos precisam saber qual o resultado da inspecção para poderem de forma tranquila se posicionarem relativamente ao presidente que vai se recandidatar”, refere.
De acordo com Monteiro, as dúvidas são muitas e precisam ser dissipadas. A título de exemplo, volta a referir a devolução das contas de gerência da CMSV relativas a 2017 e 2018 e a alteração dos números das contas de 2018 e 2019. A estes juntam ainda o facto de, afirma, a CMSV não cumprir o orçamento, iniciar obras que não estão orçamentadas, fazer contratações fora daquilo que é o âmbito da Contratação Pública, de entre outros. Sobre este particular, o presidente da UCID garante que a CMSV continua a recrutar trabalhadores em pleno período de campanha, o que é proibido pelo Código Eleitoral. “Não entendemos como é possível que a CMSV continue a recrutar cidadãos para os serviços de Saneamento e para o Espaço Verde, sendo que estes, mesmo não prestando estes serviços, continuem a receber o salário, fazendo trabalho de campanha para Gust”, indica Monteiro, que diz ter na sua posse nomes que poderá avançar aos órgãos competentes.
O presidente da UCID criticou ainda o facto do presidente-interino constar da lista às próximas eleições, o que, a seu ver, lhe confere vantagens em relação aos demais candidatos e candidaturas, tendo em conta que continua a convocar a imprensa e está no terreno a fazer campanha, com dinheiro dos contribuintes. Monteiro cita o artigo 427 do Código Eleitoral que, afirma é muito claro sobre esta matéria, e determina a suspensão do mandato. Já considera normal e eticamente aceitável, ele, enquanto presidente dos democratas-cristãos e candidato à CMSV, denunciar os problemas de S. Vicente porquanto, afirma, não está a usufruir de recursos públicos. “No meu caso a questão ética não se coloca porque sou politico e não estou a utilizar nenhum bem público para beneficiar a minha candidatura”.
Mostrou-se ainda preocupado com a falta de fiscalização de algumas obras municipais em curso por parte da CMSV, citando como exemplo a obra em curso de asfaltagem da Praça Estrela. Diz que o empréstimo data de 2016 e que só agora, em plena campanha, os trabalhos arrancaram, sem uma placa a informar quem responde pela fiscalização, o montante do investimento, a duração, de entre outros, o que configura uma violação da lei.