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Funcionários de limpeza pública da CMSV exigem materiais de proteção individual e respeito pela sua dignidade

Cerca de quarenta funcionários de limpeza pública da Câmara de S. Vicente exigiram esta manhã o respeito pela sua segurança pessoal devido ao risco eminente de contágio pelo coronavírus. Reunidos na praça Dr. Regala, na cidade do Mindelo, afirmaram à reportagem do Mindelinsite que continuam a trabalhar sem máscaras, luvas e álcool-gel, quadro que contraria todas as normas emanadas pelas autoridades sanitárias. Aliás, relembram que estiveram numa sessão de esclarecimento promovida pela Câmara de S. Vicente, em parceria com a Delegacia de Saúde, foram aconselhados a lavar as mãos com frequência e evitarem entrar em casa com as roupas do trabalho, mas questionam como podem aplicar essas medidas sem boquilhas, luvas e álcool disponibilizados.

Grupo dirige-se à Câmara de S. Vicente

“Aquilo que nos disseram nesse encontro já todos sabíamos de tanto ouvir os conselhos pela televisão e a rádio. Mas como vamos aplicar essas medidas se não nos facultam equipamentos?! Ontem o Governo informou que o pessoal da Função Pública fica em casa, mas nós somos obrigados a vir trabalhar e correr o risco de sermos contaminados. Se não consigo retirar um lixo com a vassoura vou apanha-lo com as mãos. E depois?!”, diz Sandrina Sousa, para quem a classe está a ser explorada, muito em particular neste contexto de crise.

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Segundo Isabel dos Santos, o pessoal de limpeza precisa urgentemente de protecção individual para não constituirem um grupo de risco por causa da sua actividade. Esta assegura que estão dispostos a trabalhar, mas noutras condições.

Steven da Graça relembra que boa parte dos varredores tem velhos e crianças em casa, que podem colocar em perigo se não usarem materiais de segurança individual. “Sabemos que, se ficarmos em casa, haverá mais lixo na cidade e mais risco de contaminação. Se não respeitarem a nossa dignidade como poderemos trabalhar?!”, indaga esse varredor.

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Câmara de porta fechada

Os varredores de rua foram interceptados pela reportagem do Mindelinsite na Praça Dr. Regala, quando se preparavam para se deslocar à Câmara de S. Vicente em jeito de protesto. Os trabalhadores estavam pertos uns dos outros, contrariando todas as indicações sobre o distanciamento social. E foi complicado para o jornalista manter a distância durante as entrevistas.

Confrontados com esse aspecto, Steven da Graça respondeu que são um grupo unido, precisam continuar unidos e que nada lhes vai acontecer “com fé em Deus”. Dito isto, partiram para a Câmara de S. Vicente, que estava de porta encerrada.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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3 Comentários

  1. Para escutar as solucoes que IRAO apresentar????????
    É preciso enquadrar cada coisa no seu tempo.
    Neste momento, so se for – para escutar as solucoes que “JA ESTAO” implementadas.

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