Covid -19: Novos casos suspeitos na Boa Vista, Porto Novo, S. Vicente e Santiago
Cabo Verde não tem até agora nenhum caso de transmissão local do novo coronavírus, ou seja, segundo Artur Correia, os quatro confirmados na Boa Vista e Santiago são todos importados. Entretanto, há 11 novos casos suspeitos, sendo cinco na ilha da Boa Vista, um na cidade do Porto Novo, um em S. Vicente, um no Tarrafal de Santiago e três na cidade da Praia. A informação foi avançada esta manhã pelo Director Nacional da Saúde (DNS), que deixou claro a hipótese de surgimento de mais situações suspeitas. Até o momento, a idade mínima das pessoas sob observação é de 19 anos e vai até os 62 anos, para um país com uma população essencialmente “jovem”.
Em conferência de imprensa, Artur Correia justificou a possibilidade do surgimento de novos casos suspeitos em Cabo Verde com uma maior capacidade de seguimento aos doentes sob quarentena domiciliária e nos hotéis. “Estamos a concentrar todos os nossos esforços no seguimento desses doentes. Temos cerca de 40 médicos na Linha Verde por detrás dos enfermeiros que estão de prontidão para responder, esclarecer e detectar precocemente eventuais casos que possam ser depois encaminhados para os serviços de saúde se houver necessidade.”
Ainda hoje, associada à Linha Verde, haverá uma extensão de atendimento psicológico com um grupo de 15 profissionais para apoiar as pessoas em quarentena nas casas e nos hotéis, e a população em geral. A ideia é, com esta ajuda psicológica, diminuir a ansiedade das pessoas e contribuir para manter o clima de serenidade e confiança e também para apoiar os profissionais de saúde que, segundo o DNS, precisam desta ajuda.
“Neste momento, as medidas estão a ser reforçadas e queria agradecer o apoio que as empresas têm manifestado ao Serviço Nacional de Saúde. Desde logo a CV Telecom pela prontidão demostrada na montagem da Linha Verde e a sua extensão para a área da psicologia e outras empresas que têm estado a manifestar interesse em colaborar, inclusive na aquisição de equipamentos.”
Em relação aos casos suspeitos, Artur Correia aproveitou para esclarecer que não se pode ter o mesmo significado popular. Trata-se, afirma, de uma linguagem puramente técnica. “Há um conjunto de critérios clínicos e epidemiológicos que classificam um caso como suspeito. Por exemplo, um doente tem de apresentar sintomas e ter ligação a um país onde há transmissão activa ou um caso positivo”, explica.
23 testes realizados
Deste modo, as pessoas em quarentena no país domiciliaria ou nos hotéis não são suspeitas. É por isso, diz o médico, que está a ser feito o seguimento para, no momento em que manifestarem algum sintoma, serem analisadas e classificadas ou não como suspeitas. “Se fossem suspeitas à entrada no país, iriam directamente para o isolamento nas estruturas de saúde, onde seria feita a recolha de amostra para confirmação ou não da suspeição técnica”, clarifica.
Já as pessoas que tiveram contacto directo com os casos confirmados foram submetidas a exames, perfazendo neste momento, a nível nacional, um total de 23 testes realizados a pessoas que estavam em seguimento e que apresentaram sintomas. Quanto ao cabo-verdiano de 43 anos que se encontra internado no Hospital Agostinho Neto, o Director Nacional de Saúde, Artur Correia, garantiu que este não apresenta problemas de maior.
Constânça de Pina