A professora Terza Lima vai trazer para Cabo Verde um grupo de 15 alunos norte-americanos no próximo mês de Maio, no âmbito de um projecto de carácter socioeducativo que tem estado a desenvolver há alguns anos. Esta será a terceira vez que essa emigrante irá apresentar a realidade social e cultural do seu país a estudantes da universidade Johnson C. Smith, onde leciona a disciplina de Ciências Políticas.
A excursão, segundo Terza Lima, irá viajar para Santiago, S. Vicente, Sal e Santo Antão. Em Santiago, os alunos vão poder conversar com mulheres que participaram na luta pela Independência nacional e ainda visitar a Cidade Velha, considerada o berço da cabo-verdianidade. A estadia em S. Vicente será preenchida com contactos com agentes, grupos culturais e escolas e a prestação de serviços à comunidade. A ideia é ajudar a OMCV na manutenção da sua sede na cidade do Mindelo. As deslocações às ilhas de Santo Antão e Sal têm um cunho mais turístico.
“Vou trazer estudantes de Psicologia, Comunicação Social e Visual, História e Biologia, que foram escolhidos após um processo de avaliação das suas candidaturas. Estes tiveram que fazer uma exposição escrita e justificar o interesse e objectivo em conhecer Cabo Verde”, explica a Directora do Departamento de Ciências Sociais da referida universidade. Segundo Terza Lima, mais de sessenta estudantes compareceram na apresentação do projecto, sinal de que algo está a mudar na mentalidade dos alunos norte-americanos sobre África. Como explica, no Estado onde vive ainda as pessoas têm uma imagem negativa do continente, que é visto como uma terra marcada por guerras, fome, corrupção, atraso tecnológico e de pessoas que ainda caminham descalças pelas florestas.
“Muitos desses estudantes são de famílias afrodescendentes e querem conhecer melhor a sua origem”, frisa essa fonte. Terza Lima acredita que o relato que ouviram dos estudantes que vieram nas duas primeiras excursões a S. Vicente terá ajudado a despertar essa grande curiosidade instalada no seio da comunidade estudantil. Aliás, essa professora acrescenta que alguns dos norte-americanos que estiveram em Cabo Verde querem regressar.
Até agora, esse projecto tem funcionado em sentido único, mas Terza Lima pretende passar a levar estudantes cabo-verdianos para os Estados Unidos, com o mesmo objectivo. Sabe, no entanto, que é mais difícil conseguir vistos de entrada na América e financiar as passagens. Mas, nada que a deixe desanimada. Terza Lima está disposta a enfrentar o desafio, tanto assim que já colocou o Embaixador Carlos Veiga ao corrente do seu projecto durante uma visita do diplomata cabo-verdiano à sua universidade. Além disso, já começou a abordar outros departamentos da escola e outras universidades com mais poder económico.
As idades dos alunos oscilam entre os 19 e 22 anos, são todos estudantes da referida universidade e a excursão decorre de 17 a 29 de Maio de 2020.
KzB
Se querem conhecer a realidade do continente Africano porque não Congo,Burundi ,Zimbabwe etc…
Eles querem conhecer Africa -continental e insular- motivo pelo qual vem CV ,pais AFRICANO e compartir com os irmãos africanos cabo-verdiano ,e de ai qual e’ o problema de vir ?
Cabo verde pós independência e africanização.
Os naturais com descendência europeia a tendência é ignorar.