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Orçamento da CMSV para 2020 com quebra de 15%: Oposição fala em retrocesso

O orçamento da Câmara Municipal de São Vicente aprovado hoje no último dia da 5ª sessão ordinária da Assembleia regista uma diminuição de cerca de 15 por cento em relação ao do ano anterior, isto é, baixou de um milhão 156 mil contos para 984 mil contos. O presidente Augusto Neves justifica esta diminuição com o facto de 2020 ser um ano especial, um ano de eleições autárquicas e, por causa disso, metade do ano será apenas de gestão corrente. Os argumentos do edil não convenceram a oposição, que fala em retracção efectiva da actividade económica municipal.

Para Augusto Neves, este é um orçamento especial porque é contido e respeita as forças políticas e a população . “2020 será um ano de concretização dos projectos iniciados durante o nosso mandato de quatro anos. Fizemos um orçamento que reflecte todas as áreas e todos os níveis, tendo em conta a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, afirmou, realçando que este vai incidir nas habitações através do programa ´Isdá compô bo casa`, na requalificação urbana e na cultura, tendo em conta que este é um sector que movimento a economia da ilha de São Vicente.

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O presidente lembrou que o próprio Governo também ajudou a CMSV e, dentro do seu programa, esta tem vindo a atribuir habitações sociais às famílias para que estas possam morar em melhores condições. Neste sentido, a ideia é continuar a seguir com o mesmo enfoque para que, quando as chuvas vierem, tragam menos dificuldades para as pessoas.

Para a bancada do PAICV, o edil mindelense faz um discurso optimista e diz que as coisas estão a melhorar. Porém, apresenta um orçamento que regride relativamente aos valores dos anos anteriores. “Isto mostra que as coisas não estão bem. Vejam que há uma redução na cobrança dos impostos na ordem dos 29,4 por cento. É significativo e mostra que a actividade económica municipal está a ter uma retração. Os investimentos também caíram drasticamente. Cito, por exemplo, a rubrica Edifícios e Construções, que mostra uma redução de 33,5 por cento”, analisa Baltazar Ramos, para quem São Vicente está a operar abaixo das suas potencialidades.

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Já a bancada do MpD faz uma leitura diferente. Segundo Flávio Lima, este é um orçamento realista e exequível. “É um orçamento para manter e consolidar os programas da Câmara para 2020, que é um ano atípico por causa das eleições autárquicas. Isto quer dizer que metade do ano será de gestão corrente. Não é um ano para aventuras e nem para grandes projectos. É um ano para finalizar os projectos e para preparar as eleições municipais.”

Flávio Lima acredita que os valores orçamentados, apesar de menores em comparação com os do ano anterior, vão permitir a Câmara continuar a fazer o seu trabalho, mantendo Mindelo como uma cidade cultural, com uma grande dinâmica social e cada vez mais turística. “A oposição diz que o orçamento é enxuto. Mas no ano passado tivemos um orçamento de um milhão e 155 mil contos e afirmaram que estava inflacionado. Há uma falta de articulação nos argumentos para votar contra ou a favor.

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Do lado da UCID, Isadora Rodrigues deixou claro que este não é um bom orçamento, o que levou o seu partido a não o aprovar. “Houve uma quebra significativa no montante global no orçamento para 2020 em relação à 2019. A diferença é de 165 mil contos. Vemos isso de forma negativa. Por isso votamos contra, na medida em que pensamos que S. Vicente merece mais. Por causa da seca, pessoas de Santo Antão e São Nicolau que vivem sobretudo da agricultura demanda esta ilha a procura de uma vida melhor. A Câmara devia fazer um orçamento mais robusto para apoiar esta pessoas.”

Constânça de Pina

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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3 Comentários

  1. Augusto Neves informou que não fará nada de novo em 2020 por ser ano de eleições. Só vai terminar obras já começadas.
    Confesso que nunca tinha ouvido algo parecido e à primeira vista, me parece uma sandice, ou como dizem os politicos de carteira, uma caboverdura.
    Porém, também pode ser uma forma pouco elaborada de escorder alguma falta de capacidade.
    Mas, supondo que embarco nessa conversa, pergunto se entáo no fim deste ano, teremos pronto as seguintes obras por terminar:
    1) Pik-Nic da praça nova;
    2) Água, repucho e fonte luminosa no tanque da praça nova;
    3) Miradouro do monte gude;
    4) Reasfaltagem das ruas esburacadas da cidade;
    5) Asfaltagem de novas vias como a prometida avenida da Ribeirinha;
    6) Polidesportivo da zona Norte (Chã de Alecrim);
    7) Estrada trás de cemitério/Chã de vital
    Etc.

  2. Antigamente, o trânsito no largo atrás do poste de combustível da Rua do Côco (frente à pastelaria Nanda) era um perigo.
    As viaturas vinham de todos os lados com perigo de acidentes para elas e para os peões que ali também tinham de atravessar.
    A Câmara Municipal tomou uma boa iniciativa: Criou uma sinalização horizontal e ordenou o sentido do tráfico.
    Mas esqueceu-se dum aspecto importante: o nosso povo (com escola ou sem escola) é um povo muito mal educado.
    Por isso, as transgressões continuam diariamente a colocar a vida das pessoas em risco.
    Uma sugestão:
    Que a Câmara mande colocar ali uns canteiros iguais àqueles colocados na rotunda do Palácio.
    Assim os condutores seriam obrigados a contornar a linha continua e a conduzir na faixa de rodagempara viaturas, tal como ali está indicado mas sempre transgredida.

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