O Atlético deixou escapar a vitória por entre os dedos na sua estreia ontem na liga dos campeões africanos de andebol frente a equipa Red Star, da Costa do Marfim. A formação mindelense esteve a vencer a partida praticamente do início ao fim, tendo mesmo atingido uma vantagem de seis golos no primeiro tempo, mas descarrilou a dois minutos do apito final, acabando por sair derrotada por 32-34 no gimnodesportivo Vavá Duarte. Um resultado que deixou os pupilos de Aquilino Fortes inconformados.
“Fizemos um excelente jogo perante uma equipa que desconhecíamos. Estivemos com a vitória nas mãos, mas acabamos por a entregar aos nossos adversários”, comentava o treinador Aquilino Fortes ao ser abordado pelo Mindelinsite minutos após o término do jogo. Na sua apreciação, a equipa perdeu o discernimento nos momentos fulcrais da partida e não respeitou as indicações do banco para manter a calma e deixar a bola circular.
Na verdade, o Atlético perdeu a disputa com os Red Star nos últimos minutos do primeiro período ao permitir uma recuperação inacreditável da equipa adversária, numa altura em que estava a dominar os acontecimentos no rectângulo de jogo. Aos 27 minutos vencia por 14 – 9 e de repente sofreu quatro golos consecutivos, na sua maioria em lances de contra-ataque. O primeiro tempo terminou com um empate a 15 bolas, deixando tudo em aberto para a segunda metade.
No reinício da partida, o Atlético voltou a assumir a dianteira no placar. Aos 9 minutos vencia por 23-20. Só que, a partir do 12° minuto, o Red Star deu marcação individual ao central Dibanda e ao interior esquerdo Fred, e colocou um defesa avançado do lado do interior direito Wilson. Com essa estratégia, os adversários diminuíram o ímpeto ofensivo da formação de S. Vicente e deram a iniciativa de ataque aos pontas. Mesmo assim, o Atlético conseguiu manter a vantagem. Aos 28 minutos vencia por 32-31. A partir deste instante, o Red Star deu a volta ao jogo e marcou três golos consecutivos, para desalento dos atléticos.
“Apesar de tudo, temos de dar os parabéns à equipa porque dignificou a imagem do andebol cabo-verdiano”, frisa o técnico Aquilino Fortes. Na sua análise, o Atlético poderia sair com uma vitória até expressiva se os jogadores tivessem mantido a cabeça fria, como aconteceu nos primeiros instantes.
Defesas espectaculares de Júnior
Na primeira parte, o Atlético foi mais calculista no sector ofensivo. Trabalhou a bola até criar as melhores oportunidades de remate. Wilson, reforço vindo da Académica da Boa Vista, encontrava ou criava espaços de ataque à baliza. Nos primeiros minutos destacou-se como melhor marcador.
Do outro lado, o interior Fred insistia em remates de longa distância, mas que se esbarravam na parede defensiva dos jogadores da formação adversária. Depois conseguiu abrir espaço nas combinações com o central Dibanda e começar a facturar. Deste modo, o Atlético colocava grandes dificuldades defensivas ao Red Star, a ponto de chegar a uma vantagem de 6 golos.
Na baliza, o guarda-redes Júnior fazia defesas espectaculares. Defendeu vários disparos frontais dos lances de contra-ataque dos rapazes da Costa do Marfim. Tudo isso parecia combinar para o sucesso do Atlético, só que o Red Star acreditou na vitória até o fim. Foi para o intervalo com um empate tirado a ferro e fogo nos últimos dois minutos do primeiro tempo e venceu a partida a dois minutos do apito final.
A equipa masculina volta a entrar em campo hoje às 18 horas para defrontar o Inter Clube de Angola. Duas horas antes, a formação feminina do Atlético faz a sua estreia na prova frente à equipa ABO Sport, do Congo.
Nos outros jogos disputados ontem, o Desportivo da Praia perdeu por 25 – 45 com o Zamalek (Egipto) e o Inter Club (Angola) saiu derrotado no embate com o Sporting do Egipto.
KzB
Os comentários do treinador não devem ficar só por reconhecer que fizeram um bom jogo, o que é verdade.
Mas o que é mais importante é o seguinte:
Os jogadores não respeitarqam as ordens do treinador.
Quando um treinador diz para se acalmar e circular o jogo, o jogador deve acalmar e circular o jogo.
Era o que nós os telespectadores, mesmo nós os leigos na matéria, estávamos à espera e a estranhar a atitude dos jogadores.
Era só cumprir as ordens do treinador. Tão simples como isso.
Se um treinador pede a um jogador para driblar ou marcar, ele pode não conseguir e é normal.
Mas, pedir para circular e abrandar o jogo e ver o jogador continuar a fazer o contrário, a tentar jogar rápido, a procurar marcar a todo o custo, não se admite.
Completamente de acordo. Por isso que muitos dos nossos atletas tem problemas de fundo na sua carreira internacional por uma questão tão básica como a DISCIPLINA!
Os maiores culpados da derrota do Atlético são os próprios jogadores, por não terem cultivado a DISCIPLINA, o SABER OUVIR e sobretudo o RESPEITO e OBEDIÊNCIA que devem ao elemento da equipa que é o TREINADOR.
Mais não digo …
O Cocorota foi expulso por jogo incorreto.
Deve-se ter cuidado mas, é normal e de vez em quando acontece.
Mas minutos depois, um outro jogador que estava no banco, gesticulou e brigou tanto, fez tanta má educação (parece até que só queria dar show para dar nas vistas), que o árbitro lhe expulsou também.
Isto, a equipa já não deve admitir.
Um jogador não pode ir para o campo achando que ele é o únido da equipa.
A equipa é da direção, dos técnicos, dos jogadores mas também dos adeptos.
Um jogador tem de saber que deve respeitar os seus adeptos e principalmente, o esforço dos colegas da equipa.
E ir ao jogo só para prejudicar a sua própria equippa só por falta de educação, não se admite.
Bem visto!
Resumidamente, FALTA DE EDUCAÇÃO! Coisa que nem a escola, nem o clube infelizmente podem dar ao atleta …