O Hospital Baptista de Sousa diz, em comunicado, que lamenta a morte de Sílvia Santos e do seu bebé e garante que tudo fez para evitar este desfecho. De acordo com uma nota emitida por esta instituição, o quadro clínico da paciente era muito raro, com sintomas inespecíficos e que a doença de que esta padeceu só aparece em um em cada dez mil casos de gravidez, sendo a mortalidade materno-infantil elevado, mesmo nos países mais evoluídos. “Poucas condições na medicina são mais dramáticas ou devastadoras quanto à insuficiência hepática aguda”, assegura o HBS na mesma nota.
No comunicado assinado pela directora clínica do HBS, Jamira Sousa, e pelo delegado de Saúde, Elísio Silva, estes fazem uma cronologia detalhada de todas as vezes que a paciente procurou os serviços de saúde e de todos os exames a que esta foi sujeita. Informam, por exemplo, que a paciente, que era primigesta e vinha sendo acompanhada no serviço pré-natal, que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) põe à disposição das grávidas.
Alegam que Silvia Santos foi sujeita a todos os exames a que o sistema obriga e que constam do protocolo estabelecido pelo SNS, não tendo, constatado seja pela observação directa, seja pelos exames qualquer alteração que justificasse a realização de outros extra-protocolares.
No dia 07 de Agosto, lê-se no documento, Sílvia apresentou-se no Banco de Urgências, queixando-se de vómito e diarreia, sem qualquer outro sintoma. Foi observada e sujeita a soro fisiológico para hidratação. Foi colocada a hipótese de se tratar de sintomas de gastroenterite aguda, situação comum nessa altura do ano. A paciente teve melhoria visível e teve alta.
No dia 19, apresentou-se no Centro de Saúde Reprodutiva da Bela Vista (PMI-PF), queixando-se, de novo, de vómito. Segundo a nota, em consulta de rotina, mas os familiares garantem ela voltou a sentir-se maldisposta, um dia antes da data da consulta. Contava, a data, 36 semanas de gestação.
Nesta altura, observou-se um aumento significativo de edemas, mas ainda sem alteração arterial. Fez-se um teste à urina, para descartar a presença alta de proteína, que resultou negativo. Por precaução e com vista ao esclarecimento do diagnóstico, foram requisitados exames para avaliar a função renal e hepática. Quanto a cor verde da urina denunciada por familiares, o HBS afirma que esta era da fita utilizada para realizar o teste.
Na tarde do dia 20, Sílvia voltou ao BU com queixas de sangramento, de pequena quantidade, mas sem vómito. Foram solicitados exames de urgência, que revelaram alteração hepática e renal grave. “Os quadros hepáticos durante a gravidez são muito raros e extremamente graves, impondo-se, normalmente, a interrupção imediata da gravidez, o que se fez cerca de uma hora depois, tendo sido retirado o feto morto”, revela a nota.
Esta realça que, no pós-operatório, a paciente foi encaminhada para a unidade de cuidados especiais, com acompanhamento multidisciplinar, tendo evoluído para uma falência multiorgânica que resultou na sua morte. “O quadro clínico da paciente era muito raro, com sintomas inespecíficos. Os sintomas específicos só aparecem quando a doença está numa fase muito avançada. A doença só aparece em um em cada dez mil casos de gravidez, sendo a mortalidade materno-infantil elevado, mesmo nos países mais evoluídos.”
O HBS, a Delegacia de Saúde e os seus técnicos dizem lamentar este desfecho, mas garantem que tudo fizeram para o evitar. Terminam apresentando à família os mais sentidos pêsames com a promessa de tudo fazer para bem cuidar da saúde dos cidadãos, com os meios que o país coloca a sua disposição.
Constânça de Pina
Em actos e práticas médicas Hospital Batista de Sousa é quase nulo. Porém a emitir comunicados depois de quem passa pelos seus serviços falecer Hospital Batista de Sousa é bodona prop. Só faltou concluírem o comunicado com “ voltaríamos a repetir tudo se aparecer uma nova paciente “. Tamanha arrogância dos médicos e da direção deste hospital só é comparável à sua desumanidade. Ambos são enoooormes. Quanto a competência técnica e humana a razão um zero….uma coisa é certa nada lhes acontece fazem e desfazem sempre com a certeza de que nada vai acontecer e que haverá sempre o comunicado do Hospital com o bla bla bla de sempre.
Quem entra no Hospital Batista de Sousa com uma doença mais complicado que uma gripe….estará sempre mais perto da morte do que sair de lá vivo.
1. Mais uma vez a culpa vai morrer solteira; Não há respeito pela vida humana, erram e continuarão a errar porque nada lhes acontece;
2. Fizeram tudo o que estava no protocolo para evitar o desfecho….. Então o vosso tudo, tem que ser revisto, pois não tem sido nem eficiente e nem eficaz. nem em termos humanos (médicos) e nem em termos materiais;
3. TUDO não incluia analisar o bem estar do bebé quando foi vista no dia 19, tanto no centro de saúde, como no Hospital???
Como é que isso é possível?? SE o tivessem feito teriam detectado o bebé morto ou em sofrimento (não o chamem de feto, porque com 36 semanas era um bebé mais do que viável!) SE o tivessem feito, teriam feito a cesariana 1 dia antes e 1 dias nestes casos poderia significar a VIDA de AMBOS!!!!
COMO É POSSÍVEL UMA GRÁVIDA IR À URGÊNCIA DO HOSPITAL E NÃO OUVIREM O CORAÇÃO DO BEBÉ??? Que país é este? Que negligência é essa que custo a vida de 2 inocentes?!?!
E mais uma vez fizeram tudo o que podiam???? O vosso tudo não serve!!! REVEJAM OS VOSSOS PROTOCOLOS e por favor acrescentem que o bem estar fetal tem que ser avaliado SEMPRE que uma grávida se apresenta na urgência – é gratuito ouvir o coração do bebé, não custa nada e pode evitar mortes!!!!!
“Fígado gorduroso da gravidez ou Esteatose hepática gestacional é uma complicação grave da gravidez que ocorre no terceiro trimestre de gestação ou no pós-parto imediato.[1] Fígado gorduroso da gravidez afeta cerca de uma em cada 10.000 grávidas. A mortalidade foi significativamente reduzida para 18% e atualmente está relacionada, principalmente, às complicações, particularmente CID (Coagulação Intravascular Disseminada) e infecções.” – 18% NÃO É MORTALIDADE ELEVADA – E neste caso o HBS já vai em 100% de mortalidade:
Pq pensar que vomito e diarreias e’ viroses nesta gestante de 36 semanas?
Deviam mudar o nome daquela aberração para Morgue Baptista de Sousa. Seria um nome que melhor se enquadraria porque é mais fácil morreres ali do que saíres dali com vida. Em Cabo Verde é assim, quando mostras a tua incompetência num lugar, promovem-te a um lugar de melhor destaque, repare o caso do delegado Elísio Silva; foi delegado de saúde em Porto Novo, onde há o pior serviço de saúde em Cabo Verde e para recompensa-lo por esse mau serviço promovem-no para um cargo de maior destaque. Um país de mal a pior!
Urge no HBS a permanência física de dois profissionais de oncologia , de dois ginecologista no PMI isto se tiramos a parte positiva dos factos , a população tem crescido em todo BARLOVENTO e o numero de médicos não acompanha . Cv tem que rever as politicas dos recursos humanos que não tem beneficiado a independência de Cv na saude , estagnando o nível profissional dos nacionais que deviam formar-se em diferentes especialidades para assumir o trabalho da cooperação internacional ( Portugal,Cuba,etc) assim poderia incorporar-se e ampliar os serviços inexistentes o demandados nos hospitais , não pode pretender-se ter quase o mm numero de profissionais que 10 anos atras -os aposentados substituídos por novos – essa conta não suma ,pelo que fica a pergunta se o mesmo montante $$$ a pagar por esta dependência serve para investir na formação de especialistas nacionais .CV tem que crescer ,chega de tirar culpa a ausência de médios diagnostico ,o que conta e’ a capacidade académica e a articulação colegiada para garantir bom desempenho .
Apresentado os meus profundos sentimentos de pêsames à família enlutada, faço questão de chamar à atenção do sistema nacional de saúde pública, que é tempo de repensarmos o nosso desempenho nesta área. O triste desfecho deste caso põe a nu as nossas fragilidades. Temos vindo a deparar sistematicamente com casos bizarros em todos os hospitais do país, sem que se tenha apurado as devidas responsabilidades.Temos que reconhecer as nossas limitações técnicas, melhorar os serviços médico-hospitalares, e procurar melhorar a capacidade técnica dos nossos jovens médicos e enfermeiros que geralmente são ignorados no nosso sistema. Se Cabo Verde tem dinheiro para esbanjar em carros de luxo para governantes e gestores de empresas públicas falidas, também tem dinheiro para melhor equipar todos os hospitais e centro de saúde do país, e investir na especialização dos nossos jovens médicos e enfermeiros. É claro que se regista óbitos em qualquer hospital do mundo. Todavia, quando se verificar negligência médica há sempre um responsável. Quando o óbito resulta de uma patologia desconhecida ou pouco comum, aproveita do caso para investigar e procurar evitar futuros óbitos.
É evidente que precisamos repensar a forma de governar Cabo Verde. Não podermos continuar indo ao sabor da maré. Como NAÇÃO, já temos idade suficiente para andarmos com os próprios pés. Não podemos continuar a justificar a nossa incompetência com o argumento de sermos um país pobre. Um país pobre não faz políticas de rico. Este fenómeno sempre aconteceu e continua acontecendo em Cabo Verde. Penso que já é tempo de tomarmos a consciência da nossa realidade, e começarmos a reparar o mal. Tenho a consciência das dificuldades que existem em governar um país como Cabo Verde. Também tenho a consciência da nossa incompetência e descaso. A saúde pública e educação são as principais áreas de investimento em qualquer país que se quer desenvolvido. A prática e os resultados mostram que, infelizmente, continuamos sendo um país de incompetentes e arrogantes. O Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, na qualidade de um hospital central, tem vindo a envergonhar em vez de satisfazer as necessidades dos utentes. Nos últimos anos, a sua péssima gestão transformou a instituição num campo de guerrilha. Muitos médicos e enfermeiros são sistmaticamente perseguidos e desmoralizados, quando devia ser uma classe unida, para melhor serviço prestar. Médicos especializados e com provas dadas em diversos sectores, são sistematicamente perseguidos e injuriados pela direcção integrada por um bando de incompetentes e arrogantes. Claro que não se pode esperar melhores resultados duma instituição como esta. O pior é que quem tem a responsabilidade política de gerir a saúde no país, nada faz para por termo à caótica situação.
Por outro lado, e para agravar mais a situação, o serviço nacional de saúde pública continua sendo esvaziada pelo exercício desregulado de medicina privada, que não é nada mais nada menos que um crime organizado em todo o país, utilizando descaradamente os nossos Hospitais e Centros de Saúde como centros de propaganda e marketing das centenas de clínicas, estrategicamente espalhadas pelo país. O mais grave é que os Governos nada fazem para salvaguardar os interesses da Nação.
Lamentado profundamente a morte da jovem Silvia e seu bebé, deixo aqui um grande abraço de fraternidade a todos.