Jorge Santos na 35ª edição do “Baía das Gatas”: “É preciso dar às pessoas o que elas querem, com qualidade”
O presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, considerou ontem no segundo dia do musical Baía das Gatas que em Cabo Verde não há festivais a mais. Defende que, sendo uma época de verão e de férias, é preciso ter actividades culturais e “dar às pessoas o que elas quem”, com foco na qualidade.
Todos esses eventos, como o carnaval de verão, o festival da Baía das Gatas, o Mindel Summer Jazz, engrandecem a cultura cabo-verdiana, de acordo com este responsável do parlamento nacional. Neste segundo dia em que esteve presente neste evento, Jorge Santos elogiou o evento internacional, tendo em conta a sua qualidade e por movimentar a economia. “O festival traz músicas mais ligadas à juventude, o que é bom, mas também músicas que eu e muitas outras pessoas que aqui estão ouvimos na nossa juventude.“
Um elenco de artistas nacionais que enaltecem a música nacional e artistas do exterior, que para este político, universalizam o festival, já que “a música é universal” e, por esta razão deixa apreço à organização. Santos ainda pergunta “o que seria de São Vicente sem carnaval, sem o festival da Lajinha, da Baía e sem o Summer Jazz”? “Nada!”, conclui
Actuações da noite
No segundo dia do festival, desfilaram pelo palco da Baía das Gatas ícones da música cabo-verdiana e internacional, que conseguiram levantar o público. O artista Vasco Martins, acompanhado pelo guitarrista Vamar Martins e o cantor Mamadou Sulabanku abriram o palco trazendo vibrações ao certame. O mar, o ambiente e tudo na praia da Baía das Gatas fizeram a esse anfitrião do espectáculo “entrar em transe”. Vasco Martins confessa não ter palavras para descrever a sensação de partilhar o palco com o filho Vamar, este “extraordinário” guitarrista e com o artista Mamadou. Já Mamadou considera-se um privilegiado por ter actuado com Vasco Martins, “que não trabalha com todo o artista” e que lhe abriu muitos caminhos na música.
O segundo conjunto a estar em palco foi a banda Carnaval de São Vicente, composta por Edson Oliveira, Constantino Cardoso, Gai e Anísio Rodrigues. Estes habituais cantores e compositores trouxeram um repertório de músicas que fizeram sucesso neste carnaval e nos anteriores e, como já é hábito, fizeram o público sambar em pleno areal da baía. Anísio, que foi o ultimo a actuar considera importante haver “carnaval” no festival, porque isto faz com que as músicas estejam sempre presentes e não se tornem “descartáveis” como no passado eram. Para ele, é preciso “manter a essência do carnaval de São Vicente”, sem fechar as portas ao exterior, visto que “a música liga nações”.
Ansiosos por regressar ao palco do Baía das Gatas estavam Beto Dias e Suzana Lubrano, os convidados de Grace Évora. Os artistas relembraram os maiores sucessos a um público que respondeu com muita vibração. Beto Dias que, a par disso, está a trabalhar para o regresso do grupo “Rabelados”, do qual faz parte, afirmou que pretende levar o conjunto, que é constituído por elementos das ilhas, a todo o país. Por sua vez, Suzana Lubrano não se considera uma “ingrata” por ter passado tanto tempo sem regressar à Baía. Faltava-lhe oportunidades ou o convite e mostrou-se orgulhosa por ter percebido que o público tinha as letras das canções ainda presentes na memória. Neste momento a preparar novo projecto, revela Lubrano que irá manter o seu estilo, que já é conhecido pelo público e com arranjos, na maior parte, feitos por si.
Outro momento da noite foi reservado ao Deejay Telio que soube levantar a plateia no festival. A vibração era tanta que até o ex-autarca do Mindelo Onésimo Silveira, que estava em frente ao palco numa cadeira de rodas, levantou-se para assistir o entusiasmo do público. Este artista angolano aproveitou o seu momento e apresentou os maiores sucessos, atraindo a atenção principalmente dos jovens, que dançaram e cantaram com grande entusiasmo.
Davido foi o artista que encerrou as atuações segundo dia desta 35ª edição do festival de Baía das Gatas. Os mais resistentes e fãs ficaram a assistir ao esptáculo deste jovem artista nigeriano, nascido nos Estados Unidos, atuação esta que era muito aguardada também. Apesar de ter sido um show curto, que não atingiu uma hora, pôs o público a dançar em dupla.
Plateia emocionada
Esta edição foi considerada uma das melhores de todos os tempos do festival da Baía pelo jovem Ronaldo Gabriel. Embora só tenha assistido a dois dias de espectáculo baseia a sua opinião no cartaz e no ambiente de paz vivido no local, para justificar a sua percepção.
Já jovem Paula Cristina não conseguiu assistir ao espectáculo que tanto esperou, do Deejay Telio. Pois, assim que o artista subiu ao palco, esta desmaiou de tanta emoção e acordou nas instalações improvisadas na Baía das Gatas da Cruz Vermelha, levada pelas amigas. Após recobrar os sentidos, quis regressar ao espectáculo, mas pôde assistir apenas à última canção do artista.
7000 preservativos em dois dias
A Cruz Vermelha garante que o festival tem estado a decorrer sem grandes incidentes, apesar do acidente mortal que aconteceu na primeira noite e que envolveu um motociclista e um hiace. Até agora tem dado assistência a pessoas mais com dores de cabeça, diarreia e outras que exageraram no consumo do álcool.
Um enfermeiro responsável pelo turno da noite acrescenta que a abrangência da Cruz Vermelha vai para além dos primeiros socorros, pois a organização é muito solicitada, principalmente nestes eventos para fornecer preservativos. Nesta edição, a instituição já distribuiu cerca de 70 caixas de preservativos em apenas dois dias, cada uma com 100 unidades. Este responsável vê com bons olhos tanta requisição deste método de prevenção à gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis. O número poderá ser maior, visto que hoje é o ultimo dia do festival da Baia das Gatas.
São esperados em palco o conjunto do Hip Hop Skils Muviment, com atristas nacionais, a cantora Yasmin, o cantor Loony Johnson, Ricky Man e, para fechar o evento, o Wet Bed Gang. A organização promete ainda uma surpresa esta noite.
Sidneia Newton (Estagiária)
Senhor Presidente da Assembleia Nacional
O povo de Cabo Verde nao vive de festivais..pois festival não mata fome.
O povo quer mais emprego
O povo que aumento de salário pois existe a inflação, ou seja o salário não dá para cobrir as necessidades de vida..o nível de vida está cada dia mais difícil….
O povo quer saúde e educação para todos..
E o governo foi eleito para servir o povo.. e não para se servir do povo.
Num país pobre que vive de mãos estendidas , pedindo ajuda internacional, não pode dar ao luxo de adquirir carros topos de Gama para a classe politico.
Elogio pernicioso deste politico.
Com que então as ocupações de SV resumem-se a festas e festivais?
Essa gente está permanentemente ao ataque em relação a SV e não consegue ver mais nada para além de festejar em SV ainda por cima com dinheiro público.
Frustração mal resolvida?
Salazar já divia isso em Portugal para distrair o povo da politica. Estamos fritos
Sr. Presidente.
Acho que entendi o que pretendeu dizer mas, foi infeliz nas suas palavras.
Entao, como é que ousa dizer que S.Vicente sem festa nao é nada?
Para alguem com estatuto de presidente da Assembleia Nacional, o erro é tao grave que fica a duvida se lá no seu intimo, pretendia elogiar ou ofender a ilha.
Nao posso acreditar na segunda hipotese.
Se foi sem querer, peco-lhe que tenha mais atencao quando profere as suas palavras.
Nos tempos que correm, os governantes e os que falam em nome do MpD, devem fa-lo orientando por 3 aspetos, cito: Ponderação, Prudência e Precaução. Assim, a oposição deixa de ter trunfo e a confiança no MpD aumenta!.