Dezenas de milhares de pessoas tomaram as ruas de Hong Kong neste domingo (16), vestidos de preto e pedindo que a líder da cidade, Carrie Lam, renuncie. A manifestação ocorre um dia depois de ela ter suspendido uma lei de extradição – um recuo importante, que já foi sua resposta a outros protestos recentes, os mais violentos em décadas.
Alguns manifestantes carregavam cravos e outros tinham cartazes dizendo “Não atirem, somos de Hong Kong”, numa tentativa de evitar uma nova repressão violenta, como ocorreu com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha na quarta-feira (12), no centro financeiro da cidade.
Milhares nas ruas
Por causa da multidão, algumas pessoas chegaram a desmaiar, por causa das temperaturas superiores a 30ºC, enquanto outros passavam água e ventiladores entre si, no Victoria Park, enquanto marchavam rumo aos prédios do governo.
A multidão aplaudia quando os organizadores do protesto pediam que a líder do governo de Hong Kong renunciasse. Apoiada por Pequim, Lam adiou por tempo indeterminado o projeto de lei de extradição que poderia mandar pessoas de Hong Kong para a China continental para serem julgadas.
Ela expressou “profundo arrependimento”, mas não chegou a pedir desculpas. A reviravolta foi uma das mudanças de rumo mais significativas já apresentada pelo governo de Hong Kong desde que o Reino Unido devolveu o território à China em 1997. A crise vem levantando dúvidas sobre a capacidade de Lam de continuar à frente da cidade.
A colega de Cheung, Cindy Yip, afirmou: “É por isso que ainda estamos pedindo que a lei seja descartada. Não acreditamos mais nela. Ela precisa renunciar.”
Já o jornal do Partido Comunista chinês, “People’s Daily”, afirma em um artigo deste domingo que as autoridades centrais da China expressaram “firme apoio” a Carrie Lam.
C/Globo.com