Os jogadores do Mindelense ficaram deslumbrados com a recepção que tiveram no aeroporto Cesária Évora, no regresso da ilha do Sal, onde sábado conquistaram o 22° título nacional nas contas do clube encarnado. Centenas de pessoas trajadas a vermelho, com cachecol e bandeiras tanto do Mindelense como do Benfica, deram um banho humano aos campeões, assim que entraram no átrio do aeroporto transportando a ambicionada taça. Entre cânticos, apitos, buzinadas, palmas, gritos, abraços, batucada e kolá san jôn, os heróis mindelenses sentiram-se acarinhados e tomaram a consciência da dimensão que esse feito representou para S. Vicente.
O guarda-redes Piduca, o defesa central Calú e o técnico Rui Alberto admitiram para o Mindelinsite que foram apanhados de surpresa com o acolhimento do povo mindelense. É que na rua ainda estavam muito mais pessoas e um número elevado de viaturas. “Fiquei arrepiado, sinceramente não esperava nada disso porque ultimamente as pessoas não têm apoiado o futebol em S. Vicente. Mas esse povo mostrou que está com o Mindelense. Temos amor a esta ilha e vamos lutar até o limite das nossas forças pela dignidade da nossa terra”, comentou Piduca, que foi invadido por uma sensação ímpar quando soou o apito final no estádio Marcelo Leitão, onde o Mindelense venceu o Oásis do Sal por 3 bolas a uma. Ele que se mostra interessado a continuar a defender a baliza do clube encarnado, mas que ainda não pode dizer se fica no plantel da próxima época.
Para Calú foi uma “sensação incrível” chegar ao aeroporto de S. Vicente e deparar com essa “impressionante moldura humana” à espera da equipa. “Fiquei muito feliz com esta recepção, um público maravilhoso”, descreve o atleta, que conquistou no Sal o seu terceiro título nacional, mas ainda não sabe dizer se vai continuar no emblema encarnado.
Rui Alberto, até ele ficou de boca aberta ao deparar-se com tantos adeptos do Mindelense no internacional Cesária Évora. “Foi uma recepção que ultrapassou as minhas expectativas, mas senti que as pessoas estavam com vontade de manifestar o orgulho de pertencerem a esta ilha. Sabem que o Mindelense tem servido de embaixador da ilha, com todo o trabalho desenvolvido pelo clube e mostramos ser merecedores dessa confiança”, diz o técnico campeão nacional, que volta a frisar o simbolismo desse título ganho no ano do centenário do CSM.
No tocante ao jogo da final, Rui Alberto diz que tudo parecia conspirar para a vitória do Oásis, mas estava confiante na sua equipa. “Fizemos um trabalho blindado, mas descontraído”, frisa o treinador, que faz questão de desmontar a ideia de que o Mindelense defrontou uma equipa ainda bebê, de apenas um ano e seis meses, por causa da “idade” da formação salense. “Essa equipa não tem nada de bebê. Isso era só conversa fiada e felizmente que não caímos nela”, realça Rui Alberto.
Dos jogadores do Mindelense, Papalelê foi dos mais acarinhados pelo público. Várias pessoas fizeram questão de cumprimentar o “puto” e dar-lhe os parabéns pelo prémio de melhor jogador, mas principalmente pela sua prestação no estádio Marelo Leitão. Para ele foi uma felicidade receber tanto carinho. “Fomos ao Sal buscar esta taça para dar esta alegria ao povo de São Vicente. Este campeonato vai ficar na história do clube por coincidir com os cem anos de vida do Mindelense”, realçou.
Este título também tocou o coração de Djon e Rui Aranha, dois ex-atletas do Mindelense e que já foram campeões de Cabo Verde por esse clube. Pai de Yuran, jogador campeão pelo Mindelense, Djon confessa que até chorou de emoção no aeroporto ao sentir a energia do ambiente. Para ele, a taça representa o potencial do plantel dirigido por Rui Alberto e também o orgulho dos adeptos nos “leões encarnados”.
Jogador que ainda teve o privilégio de treinar com o emblemático Tchida d’Mindelense, Rui Aranha depositou a sua confiança nos jogadores encarnados, uma equipa de jovens talentosos e que agora usufrui de melhores condições de treino. Apesar de ter ficado impressionado com a moldura humana que recebeu o Mindelense, relembra que já houve tempos em que a Rua da Praia d’Bote ficou ainda mais congestionada pelos adeptos encarnados.
O Mindelense conseguiu uma época fenomenal, na perspectiva de César Lima, presidente da Associação de Futebol de S. Vicente. Para ele, conquistar o campeonato nacional foi o coroar de uma temporada em que o clube venceu quase tudo: o Torneio de Abertura, a Taça de S. Vicente, o campeonato regional e, por fim, a prova nacional. “Ficou só a faltar a Taça de Cabo Verde, mas, quando se está em duas provas em paralelo há que se optar e o Mindelense fez a escolha certa ao apostar no nacional”, salienta César Lima, dirigente cuja região conquistou dois títulos nacionais este ano, o campeonato sub-17, pelo Clube Cantareira, e o campeonato sénior, pelo CS Mindelense.
Kim-Zé Brito
Quem ganha fica feliz e quem perde fica triste.
E quem ganha deve respeitar quem perde e quem perde deve reconhecer o vencedor.
E foi isso que aconteceu no Marcelo Leitao.
Um show de desportivismo e de fair-play das duas equipas.
Aliás, como aconteceu ao longo de todo este campeonato, do inicio ao fim.
É assim o futebol, é assim que deve ser o futebol.
Mas, em sentido contrário, temos aqueles outros que, pelo seu eterno mau perder, mesmo nao estando da final, agora resolvem-se fazer presente ressuscitando das cinzas, simplesmente porque ficaram odiosos com a vitoria do mindelense, ou melhor, com a vitoria de S.Vicente (dariam a vida para que o mindelense perdesse a final), e que, já nao tendo mais por onde pegar para continuar a tentar botar abaixo, num momento que deveria ser só de festa, decidem ate ir buscar a ideia de que S.Vicente só festeja as vitorias do Benfica.
Só que, depois de verem os festejos da populacao pela cidade na sua recepcao a mindelense, estes, agora sao obrigados a engolir toda a sua maldade gratuita e oportunista, para aprenderem a nao maldizer antes de tempo.
S.Vicente, festeja quando achar que deve festejar, e nao é ninguem que nos vem dizer quando e como devemos festejar ate porque, como se sabe bem, em materia de festa, o assunto é conosco.